A Oficina de Comunicação, entitulada : Fora do Eixo: A Nova Lógica da Mídia Independente, teve sua primeira parte realizada na noite de ontem no Cinema do Sesc- Centro. O preletor foi Pablo, que é membro do Espaço Cubo-MT e pela experiência já adquirida nos sete anos de atividade independente o objetivo estava focado nas trocas de tecnologia e uma discussão eficiente.
Com o auditório lotado, a oficina tomou uma dinâmica pontualizada em situações locais e não-generalizadas, o que foi a maior ferramenta de visualização de soluções, embora exemplos de demandas nacionais e regionais foram utilizados para reafirmar a grande necessidade de estruturação da comunicação.
No primeiro momento, foi exposto a evolução da cena musical até chegar aos festivais e sobre a influência da gravadora, que em muitos momentos engessa a cultura. A partir daí, apresentou-se a Internet como nova lógica de interação cultural e o impacto causado nessa era.
Partindo da premissa de haver uma Indústria Cultural, é comum o jabá, os padrões e um modo comercial de se ver a arte. Com a Internet, abriu-se a possibilidade de baixar músicas, inaugurou a perspectiva de integração e consequente intercâmbio. E ela torna-se um infinito sem controle das hegemônicas ditadoras culturais. Entretanto, isso não foi absorvido nesse primeiro contato com a sociedade e ainda hoje se aperfeiçoa leis e uma forma correta de exploração de conteúdos.
O Espaço tem assimilado essa grande oportunidade e se estruturou como referência. Eles utilizam a doutrina da pedreira, rs.. onde cabe ao interessado 'ralar' com as pedras de seu caminho e fazer delas sua fortaleza, desmetaforizando.. rala-se , carrega sua caixa de som, ensaia muito, dedica-se e contrói sua pedreira. Com organização e posturas de trabalho firmaram pilares em suas propostas.
Foi conquistado um grande espaço no setor cultural e assim lança-se e trilha um caminho já conhecido: Banda se forma, cresce, precisa de eventos para divulgação e firmar público, divulgação, tecnologias (processo de troca), cds, futuro \o/
No debate, foi citado o exemplo de Los Porongas e sua projeção. Assim como figurou a cultura matogrossense, onde o símbolo era a onça e o caju, o caruru e o lambadão. Hoje já se tem uma cena consolidada, um quadro que não tinha sequer sinal de se estruturar! Barreiras para o "fora do eixo" foram rompidas tanto culturalmente quanto territorialmente. Já se tem um link de todo o circuito fora do eixo, algo que já se auto-afirma inclusive com um mercado crescente.
De repressão à protagonista. Agora com uma identidade cultural, não se espera mais pela sorte de ser assistido por um olheiro, mito de 10 anos atrás, difundido pelos hollywoodianos, como foi dito por Pablo: "Desmistificou-se, não é nada demais.. é fazer o simples bem feito", logo vem o know how.
Evidenciou-se no fim da oficina a atuação da Fundação Elias Mansour, do Conselho de Cultura, estruturas que estão a disposição na cidade e o que realmente se passa no Acre. Foi colocado por uma expectadora que aqui é uma terra de Mapinguaris "onde tem só um olho e tem dificuldade de olhar para os lados".
Então, o debate encerra com a grande constatação de que a música não é o fim, mas o meio! E o diagnóstico: falta o coletivo agir concretamente. Bom, caros varadourenses, me surpreendi com a oficina e taí nossas pedrinhas para o Centro de Mídia Independente, conseguiremos a pedreira?
a experiência do Cubo tem muito a ensinar e acrescentar aos que trabalham na produção cultural.
ResponderExcluiratualmente vivemos um momento único na cena independente e é preciso que mais ações de integração e troca de conhecimento aconteçam.