terça-feira, setembro 30, 2008

Audiência Pública - Álcool Verde



No sábado passado, ocorreu em Capixaba, a Audiência Pública sobre a "famosa" Álcool Verde. O resumo da ópera é que o Grupo Farias(aquele conhecido pelo trabalho escravo) tem autorização de instalação suspensa e não tem a licença de operação.
A audiência tinha o intuito de apresentar à sociedade um estudo sobre o impacto ambiental de forma mais detalhada e assim receber os questionamentos da sociedade.(tah,em Capixaba!) Todavia, logo já lançaram o número de contratados para o próximo ano, o desenvolvimento para o estado e outros estardalhaços que tiram o foco do problema, ainda mais se tratando de uma cidade interiorana em que há tantos...
Mas enfim, será que só eu acho uma contradição ver um governo que se diz sustentável, aprovar a idéia de ter canaviais em plena Amazônia???

12 comentários:

  1. é claro que esse é só um resumo da problemática.. há muitos outros detalhes..

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  2. Pois é, Miriane. Há que se ponderar. Há inúmeros interesses em jogo. De um lado, tem-se o fato de que a usina irá gerar emprego e renda para um sem-número de trabalhadores rurais, além de riqueza para o Estado. De outra monta, o impacto ambiental que uma usina desse porte irá causar (é a maior já instalada no Acre, diga-se de passagem) é enorme. Então, temos que olhar a questão com razoabilidade. Possíveis indagações: É possível instalar e colocar em operação a usina com o mínimo de impacto ao meio ambiente? A relação custo X benefício compensa? Como fica o interesse público? Que medidas podem ser tomadas para se proteger o meio (e responsabilizar causadores de danos)?

    Agora tem uma coisa que não entendo direito. Por que que é o IMAC (Autarquia Estadual) quem autoriza a realização de algo feito pelo próprio Estado (o Estado do Acre é o maior acionista, salvo engano...)? Num empreendimento desse porte... é como um pai chegar para o filho e dizer "meu filho, posso pegar o meu carro pra ir trabalhar?".

    Estrange... :/

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  3. Canavial é tecnicamente viável na amazônia. Eles afirmaram que terá o mínimo impacto, já que vao usar áreas já detonadas e o iphan venceu o lance de proteger os geoglifos que tinha perto. Mas sim, e pra ter lucros? e pra crescer? Como? Onde? Interesse público local é obviamente a favor.. devido ao trabalho..
    mas Meu Deus, eu fico indignada.. é a Amazônia!
    (há um tempo eu acreditava que o desenvolvimento só viria com desenvolvimento, indústrias e etc, mas agora eu moro aqui.. e só de ver o calorão que estamos passando, eu visto a camisa de proteger a amazônia).
    bom, além da contradição do sustentável.. eu nao tinha parado de pensar na contradição do imac.. aliás, eu simplesmente não relevei o fato do governo ter ações, me importei apenas com o Grupo Farias, que é quem está a frente..
    bowa, Chico!

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  4. Ter canaviais na amazônia é o mesmo que voltar a 500 anos atrás. Além das péssimas condições de trabalho nesse tipo de cultura que irá escravizar os moradores da Acoolbrás, há também a questão da queima da cana. O que vai ser produzido na usina não via atender nem a demanda interna, sinceramente não vejo nada de proveitoso nisso.

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  5. eu sou totalmente a favor da industrialização do Estado como forma de crescimento. Claro que nada em excesso é legal, mas acho totalmente viável a implantação da Álcool Verde no Estado, bem como a construção da hidreelétrica do Rio Madeira (outro tabu). Se ficarmos pensando o tempo todo nos impactos e esquecermos certos benefícios, é melhor voltarmos ao século passado e andar de carroça! Tem que industrializar mesmo. Acrelândia, que é beeem menor que a capital Rio Branco, é o município que mais produz e gera emprego em todo o Estado.

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  6. Derrubar a floresta e plantar cana, é isso?
    Tá certo!

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  7. Mariana, você tirou esses dados sobre Acrelândia de onde?

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  8. Minha opinião é a mesma do Chico. E não apenas neste caso, mas para todos os outros, como por exemplo a possível exploração de petróleo e gás natural na região. O Acre não é um estado rico, muito pelo contrário, é extremamente dependente de recursos federais. Por isso é importante analisar qualquer alternativa de desenvolvimento econômico. Às vezes pode ser mais benéfico uma indústria que reúna um grande número de trabalhadores do que ver estes trabalhadores desempregados ou tendo como fonte de renda a exploração de pequenas propriedades rurais, que em grande quantidade também são muito prejudiciais à Amazônia.

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  9. Isso é verdade, Thiago. Poxa... já estive em muitas reuniões com produtores rurais e uma coisa que eles sempre falam (é unânime isso, impressionante...) é que falta suporte do governo (entenda-se: maquinário, apoio técnico no local, doação de mudas, etc). Sempre falam isso. E então fica aquela dúvida: se o Estado trabalhar junto mesmo com os produtores, como uma cooperativa ou algo do tipo, sei lá, buscando preservar ao máximo, mas dando todo o suporte necessário, será que os produtores conseguem produzir para si e ainda escoar o excedente, protegendo, de quebra, o meio ambiente?

    Ninguém aqui aguenta mais queimada, é verdade. Mas o povo continua fazendo, o que só demonstra que a prática tá enraizada na cultura mesmo... Temos é que botar na cabeça do povo que existem outras formas...

    Acho que não podemos também é ser xiitas. Esse radicalismo bobo só atrapalha. Não dá pra industrializar o Acre de uma hora pra outra, passando por cima de qualquer coisa. Mas também não dá pra ficar no atraso, deixando de se aproveitar recursos que, muitas vezes, a gente tem e nem se dá conta, tudo por conta de um ambientalismo exarcebado.

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  10. Tah, mas entre trocentas mil possibilidades que existem, resolveram trazer uma usina de beneficiamento de cana para a Amazônia!
    O papo de proteger a Amazônia além de clichê parece brega, masss se nem a gente fizer isso!
    enfim,vim complementar dizendo que existe um prazo de 10 dias para contestação junto ao Imac.

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  11. É... acho q esse é o preço que pagamos pelo "desenvolvimento sustentável"...

    Ei, Miriane! 10 para Contestação no Imac sobre o quê? Pro Grupo Farias? Pra algum interessado no caso? Num intendi...

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  12. (( Contestação se mostrando contrário ao projeto de instalação.))
    Porque o Imac está fazendo estudos para aprovação.
    Tendo contestação, uma equipe vai fazer análise,(tah, a equipe é do imac.. enfim) não tendo em 60 dias sai o parecer final sobre a instalação. (que será, provavelmente, favorável.. já que o estudo afirma que não haverão queimadas, que usarão áreas degradadas e etc.. td perfeitim).

    Essas horas sinto falta de uma rede de contatos mais ampla, queria por exemplo que povo de ong, curso de biologia e estudiosos soubessem disso, pois tendo mais conhecimento, saberiam embasar melhor uma contestação.

    Mas não havendo.. ou se td tiver tudo maravilhoso mesmo, acho que veremos o desenvolvimento que Mariana disse no comentário acima..

    * Matéria sobre:
    http://www.agazeta-acre.com.br/Web/Noticias.do?ID_Not=13720

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