sexta-feira, março 27, 2009
3ª Feira de Artesanato e Comidas Regionais do Acre
sábado, março 07, 2009
Exclusivo: Watchmen - O Filme
Tive a imensa honra de participar de uma das primeiras seções de Watchmen no circuito nacional. E não sei se foi por esse motivo, e pela sala estar cheia de fãs, mas ao fim do filme, uma onda de aplausos tomou conta do Kinoplex e eu comecei a bater palmas também.
Watchmen tem como maior defeito para se tornar um sucesso duas coisas, primeiro, a si mesmo, por ser uma obra impossível de ser traduzida para as massas, segundo, os fãs xiitas, que não aceitam que a história em quadrinhos considerada mais infilmável de todos os tempos tenha sido finalmente... filmada. Mas eu tenho que admitir, Watchmen – O Filme é simplesmente a melhor adaptação de uma graphic novel da história do cinema.Esqueça o viadinho do Batman, o pamonha do Superman e o emo do Homem-Aranha. Watchmen não é um filme sobre super heróis fantásticos lutando contra vilões complexos. Watchmen te faz questionar o heroísmo. Afinal, é aceitável que um homem saia encapuzado pelas ruas da cidade, cheio de apetrechos esquisitos, espancando pessoas e fazendo justiça com as próprias mãos? Watchmen te faz questionar o papel social do herói, mas principalmente, te mostra que no mundo real, se existissem heróis mascarados fazendo justiça pelas ruas, eles não seriam nada de especiais, seriam simplesmente humanos, simples exemplos da humanidade, e que esse papo de honra, orgulho, força é coisa só de “histórias em quadrinhos”. Super heróis no mundo real seriam mais um problema para a sociedade do que uma salvação.
O filme começa da mesma forma que a obra, com o assassinato do Comediante (cena de abertura fantástica, diga-se de passagem). Logo, temos um interlúdio mostrando momentos marcantes dos Homens-Minuto, a primeira geração de heróis mascarados em Nova York. Então vemos o herói Rorschach começando sua investigação pessoal para descobrir quem matou o Comediante, o homem que escolhera esse nome por achar que seria aquele a “rir por último”. Infelizmente, para o Comediante, quem riu por último, não riu melhor.Rorschach acredita que há uma conspiração para matar heróis mascarados. Porém, é 1985, os EUA vivem o auge da Guerra Fria, e os heróis fantasiados estão quase todos aposentados, devido a lei Keene, que proíbe o heroísmo mascarado. Apenas três permaneciam na ativa, o Comediante, trabalhando para o governo, Rorschach, agindo ilegalmente e sendo caçado pela polícia, e o Dr. Manhattam, único herói a ter super poderes, um homem que é o ser mais próximo da concepção de Deus, controla a matéria, mata apenas com o olhar e se torna cada dia mais distante e alheio aos sentimentos humanos.
Também temos Daniel, o Coruja, antigo parceiro de Rorschach, que vive sobre o peso de seu próprio passado heróico; a linda Espectral, filha de uma outra heroína e que tem um caso com o Dr. Manhattam; e o homem mais inteligente do mundo, Ozymandias, que sabe que não adianta nada ser o homem mais inteligente do mundo se o mundo não passar de cinzas causadas por uma destruição nuclear de uma guerra que parece cada vez mais próxima. E entre heróis que não deixam seu passado de lado e aqueles que querem se livrar dele, entramos numa trama incrível de conspirações, traições, amor, violência e uma forma impensável de traduzir o que pertence ao bem e o que pertence ao mal.Watchmen tem mais de 20 anos, é uma obra de Alan Moore e de imediato se tornou um marco na história dos quadrinhos por até então ser diferente de tudo o que existia sobre super heróis. Várias vezes tentaram levar a obra para a tela, mas ela foi considerada infilmável, até Zack Snyder (de 300) considerar ser capaz de traduzi-la.
O filme tem quase 3 horas de duração e é extremamente fiel a obra, tirando vários diálogos encurtados, algumas modificações para dar dinamismo (a paternidade de Espectral por exemplo, foi um tema reduzido para um único momento), o final, modificado e eu diria até melhorado, com tanto sentido quanto o original, além de uma sutilidade óbvia em demonstrar a opção sexual “diferente” de Ozymandias e acontecimentos mostrados de forma diferente na Antártida como a morte de seus funcionários, coisa que não existe nos quadrinhos. Algumas cenas são realmente memoráveis, como o passeio em Marte, o surgimento do Dr. Manhattam e as cenas de ação são absurdamente gritantes. Aliás, ação não é o que falta em Watchmen, há um equilíbrio perfeito entre a complexa narrativa e a pancadaria, com total destaque para a invasão na penitenciária, um dos melhores momentos do filme.Claro, Watchmen não é perfeito. Quem não leu a obra e nem pretende fazer isso um dia pode sair xingando o filme, afinal, o grande público além de não estar preparado para questionar de verdade o papel do herói nem mesmo se imagina questionando tal fato. O filme também é bastante violento (censura 18 anos até no Brasil) e pessoas puritanas vão chiar mais ainda. Quanto a música, a mistura é bem interessante, desde Bob Dylan até My Chemical Romance.
Outro ponto interessante é que Watchmen é apenas aquilo que você vai ver. Mesmo que exploda de bilheteria, continuação é algo que nunca surgirá. É uma história com começo, meio e fim. E encaremos os fatos, num mundo onde Hulks, Homens de Ferro, Homens Aranha e Batmans tem material para continuações infinitas, o charme de uma história complexa e ótima em um único volume fazem do mundo de Watchmen algo mais fascinante do que seu próprio poder já lhe faz capaz.PS: para quem estiver interessado, a obra completa de Watchmen se encontra na Biblioteca Pública Estadual, na área de quadrinhos, dá pra ler super confortável.
segunda-feira, março 02, 2009
CINE + CULTURA HÉLIO MELO: o cinema brasileiro para todos
O Cine+Cultura Hélio Melo espaço que agrega três projetos de exibição: Circuito Documentário, Cinema do Mundo e Curumins de Cinema apresenta no mês de março uma lista de filmes, cujo acervo faz parte da Programadora Brasil, que oferece uma expressiva faixa da produção independente brasileira para um público antes sem acesso a esse conteúdo. Nessa primeira etapa, o Cine+Cultura Hélio Melo, que é coordenado pelo Governo do Estado, através da Fundação Elias Mansour em parceria com a Associação Brasileira de Documentaristas – ABDeC/Acre exibirá obras de curta, média e longa-metragem de ficção e documentário.
O Circuito Documentário traz filmes como Samba Riachão, direção Jorge Alfredo (2001, 86’), Tudo é Brasil, direção Rogério Sganzela (1998, 82’) e Janela da Alma, de João Jardim, co-direção Walter Carvalho (2001,73’). Já no Cinema do Mundo o público poderá assistir pérolas como O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade (1979,95’); A Hora da Estrela , de Suzana Amaral (1985,96’) e Deus e o Diabo na Terra do Sol , de Glauber Rocha (1964, 125’). O projeto com o Curumins de Cinema também abrirá espaço para os curtas-metragens infantis num mix de animação, efeitos especiais e ação filmada com atores.
O Cine+Cultura Hélio Melo é associado a Programadora Brasil, que possui uma rede de mais de 550 pontos de exibição, composta por cineclubes , universidades, escolas, centros culturais, prefeituras e outras. A Programadora atua em três linhas: a democratização do acesso ao cinema brasileiro, o apoio à ampliação do circuito não-comercial de exibição e o fomento ao pensamento crítico em torno da produção de filmes brasileiros.
Iniciativa do Ministério da Cultura, a Programadora Brasil é um projeto da Secretaria de Audiovisual (SAv), produzido em parceria pela Cinemateca Brasileira e Centro Técnico Audiovisual (CTAv).
PROGRAMAÇÃO
Circuito Documentário – todas às quartas-feiras – 19 horas
04/03/2009
Cartola – Música para os Olhos - Roteiro e Direção: Lírio Ferreira e Hilton Lacerda (2007, 88’)
Documentário sobre Cartola de Mangueira, ou simplesmente Cartola, um dos nomes mais importantes da música brasileira, responsável por clássicos como ''As rosas não falam'', ''Tive Sim'' e ''Quem me vê sorrindo'', entre outras composições. O filme tem como base entrevistas com amigos, parceiros e pessoas que conviveram com o mestre Cartola.
11/03/2009
Samba Riachão – direção Jorge Alfredo – (2001, 86’)
O diretor Jorge Alfredo usa como pano de fundo a trajetória de Clementino Rodrigues, o popular sambista baiano, de 80 anos de idade, para contar a importância do samba para o povo brasileiro.
18/03/2009
Tudo é Brasil – direção Rogério Sganzela – (1998, 82’)
Rogério Sganzerla diretor do clássico o Bandido da Luz Vermelha completa sua trilogia documental sobre Orson Welles em Tudo é Brasil. O filme se concentra na passagem do cineasta americano pelo Brasil para realizar o longametragem It’s All True (1942) e investiga os motivos que levaram os estúdios RKO a interromper as filmagens. Será exibido antes Linguagem de Orson Welles (1991,15’), a primeira investigação de Sganzerla sobre Welles, um ensaio sobre as idéias e propostas de linguagem revolucionária que o diretos americano tentou concretizar em seu projeto It’s All True.
25/03/2009
Janela da Alma – João Jardim, co-direção Walter Carvalho (2001,73’)
Os olhos são a janela da alma: este é o mote do documentário de João Jardim e Walter Carvalho sobre a maneira como deficientes visuais “vêem” o mundo. O filme se estrutura a partir de depoimentos, colhidos mundo afora, de personalidades como o cineata Wiw Wenders, o fotografo esloveno Eugen Bavcar, a atriz Marieta Severo, entre outras.
CINEMA DO MUNDO – todas às quintas-feiras – 19 horas
05/03/2009
O Homem que Virou Suco – João Batista de Andrade – (1979,95’)
Um dos filmes mais contundentes e fascinantes sobre o tema da migração nordestina para São Paulo. Nele, o ator José Dumont desempenha duplo papel, de dois migrantes em que um assassino e um cantador são confundidos.
12/03/2009
A Hora da Estrela – Suzana Amaral – (1985,96’)
Macabéa, uma jovem órfã, só no mundo, aos 19 anos. Analfabeta, ingênua e virgem, vem do Nordeste tentar a vida em São Paulo. Filme mostra o encontro patético deste ser humano com as artimanhas da cidade grande. Macabéa é tão desastrada que todo o tempo ela dói por dentro.
19/03/2009
Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glauber Rocha – (1964, 125’)
Um dos grandes marcos do Cinema Novo, o segundo longa-metragem do cineasta Glauber Rocha se apodera da linguagem de cordel para mergulhar no Nordeste do cangaço, do fanatismo religioso, da miséria e do poder cruel dos coronéis. O resultado é uma obra-prima barroca, atravessada por lirismo cortante e grandeza épica.
26/03/2009
Animações para Adultos 2
A coletânea reúne alguns dos mais engraçados curtas de animação do país voltado para o público adulto, tratando desde triângulos amorosos e traições conjugais até morte e reeleituras de contos infantis para maiores de 18 anos.
Sushiman (20’)
Essa Animação não tem nome (3’25¨)
Santa de Casa (18’)
Almas em Chamas (11’)
Quando Jorge foi à Guerra (8’)
Os Três Porquinhos (4’)
Cidade Fantasma (7’)
Biribinha Atômica (3’)
Hotel do Coração Partido (4’30¨)
CURUMINS DE CINEMA – aos domingos às 18h30
08/03/2009
CURTA CRIANÇA
Uma viagem pelas muitas paisagens do Brasil, das praias do litoral cearense ao interior do país e também à Floresta Amazônica. Este programa reúne curtas-metragens infantis num mix de animação, efeitos especiais e ação filmada com atores. Personagens fascinantes como Jesus Cristo, o Curupira, Saci Pererê, o menino São João e a menina Tampinha ganham destaque junto às historinhas originais de Dona Carmela, sobre o respeito aos mais velhos, e uma jangada chamada Bruna, um filme sobre o brincar.
Uma jangada chamada Bruna (13’)
Dona Carmela (13’)
As andanças do Nosso Senhor sobre a terra (13’)
Tampinha (13’)
São João do Carneirinho (13’)
Tainá-Kan, a grande estrela (15’)
O moleque (13’)
15/03/2009
Curtas Infantis 1
O programa reúne sete animações para a criançada. Feitas em diversas técnicas e condições, formam interessante panorama da produção no gênero.
Isabel e o Cachorro Flautista
O Tamanho que não cai bem
Alma Carioca – Um choro de menino
Disfarce Explosivo
O Nordestino e o Toque de sua Lamparina
Mitos do Mondo: Como Surgiu a Noite?
Historietas Assombradas (para crianças malcriadas)
Curtas Infantis 2
22/03/2009
Traz quatro ficções protagonizadas por crianças e adolescentes. D. Cristina Perdeu a Mamória discute o esquecimento de uma idosa através de sua relação com um menino de oito anos, enquanto Paisagem de Meninos mostra os dilemas de um grupo de garotos que querem assistir a um seriado no cinema, nos anos 30.
Maré Capoeira
Caçadores de Saci
Dona Cristina Perdeu a Memória
Paisagem de Meninos
29/03/2009
Curtas de Animação Infantil – 1 hora
Serviço:
Cine+Cultura Hélio Melo – Av. Getúlio Vargas, s/n – Centro – Tel:. 3224-2133