sábado, setembro 29, 2007

Internet - A sua vitrine para o mundo

Foi-se o tempo em que o sonho de um integrante de uma banda era tocar por aí e ser descoberto por uma grande gravadora, que lhe abriria as portas para a fama. Que tinha na realização de shows uma das únicas maneiras de conquistar fãs. Que almejava, mais que tudo, a chance de poder gravar um cd e, enfim, ter a chance de popularizar suas músicas. Que via com grande ansiedade a primeira aparição na imprensa - aparecer na MTV era motivo pra realizar uma festa de arromba.

Quem espera ser descoberto por uma grande gravadora, nesta primeira década do século 21, certamente vai ver a banda acabar e ter de encarar a dura vida de trabalhador comum antes da utópica chegada deste dia. E nem por isso precisa abdicar do sonho de se tornar famoso e viver de música, já que pode conquistar um público de milhares de pessoas via internet, bastando disponibilizar músicas em formato mp3 em algum dos muitos sites especializados na divulgação deste tipo de arquivo de som. Realizar shows e participar de festivais já não é imprescindível pra atrair admiradores. E pode até dispensar o jurássico cd, que outrora foi novidade ao substituir o lendário LP, mas tende a entrar em extinção dentro de alguns anos. MTV? Hoje, passa quase despercebida pela geração internet, que prefere ver clipes e gravações de shows no YouTube.

O exemplo acima foi o da música, mas a internet revolucionou a divulgação de todas as artes. Trouxe até outras novas, como o webdesign e o design 3d em universos virtuais como Second Life.
Músicos já vêem a criação de páginas no MySpace ou TramaVirtual como requisitos obrigatórios da carreira. Artistas plásticos e fotógrafos podem utilizar ferramentas como o Fotolog e Flickr para divulgar seus trabalhos. Escritores e pretensos jornalistas têm à disposição a facilidade de publicação de seus textos em blogs. Atores e diretores comemoram a existência de sites como o idolatrado YouTube.

Ninguém precisa mais esperar os holofotes apontarem em sua direção. A internet abriu espaço para que qualquer indivíduo possa ganhar fama e destaque, sem necessitar da ajuda da velha imprensa tradicional, composta por jornais, revistas, emissoras de rádio e tv. Se não veio para substituir, a mídia virtual ao menos roubou atenção e público de todos os veículos de comunicação.

Além da facilidade proporcionada por novas ferramentas de criação para expor seus trabalhos, a internet permite ao artista encontrar o seu público, por mais que este faça parte de algum nicho. Tem uma banda que mistura mambo com funk e ritmos amazônicos? Há quem goste. Por aqui se percebe rapidamente como o mundo tem bilhões de pessoas com gostos diferentes - alguns bem duvidosos, aliás - e não é difícil encontrar quem goste do que você faz, neste universo cibernético.

Se expor o seu trabalho tornou-se fácil, ganhar notoriedade entre tantos outros continua requerendo esforço, dedicação e, acima de tudo, qualidade. Saber o básico sobre técnicas de marketing é um trunfo para quem deseja chegar ao já não tão seleto mundo da fama. Todavia, ao contrário do que se pregava, no meio da multidão online, nem só os melhores se destacam. Qualquer artista, mesmo com um trabalho medíocre, conquista admiradores. Só não escapa das críticas ferinas de quem ganhou voz para falar o que bem entender para um grande número de pessoas através de blogs, fóruns e sites como o Orkut.

Joseph Climber, Tapa na Pantera, Arctic Monkeys, Fresno, Kibeloco, Tropa de Elite. Apenas alguns exemplos aleatórios de fenômenos da internet, que atingiram também a mídia tradicional e conquistaram multidões. A previsão de Andy Warhol (sobre os 15 minutos de fama que todos teriam no futuro) se concretizou. Pra quem quer se aventurar, basta arregaçar as mangas e aproveitar todas as facilidades que essa nova mídia, em especial a chamada web 2.0, trouxe. Acredite, o mundo quer conhecer o seu talento. Ou a falta dele (os críticos agradecem).

Mas seja rápido. Com tantas novidades surgindo a toda hora, de todos os cantos do planeta, a internet tem pressa. Na linguagem americanizada da grande rede: o "hype" de hoje é o "out-of-date" de amanhã.

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