quinta-feira, setembro 27, 2007

Romance em versos

Liberdade, Arte e Poesia: A senha de entrada para sarau artístico que acontece hoje

... Reticências, janelas, portas e pontes. Seja lá qual for o lugar para onde levarão, que fiquem sempre abertas e sejam infinitas... É mais ou menos com este espírito que será lançado o livro “O Segundo Ponto das Reticências”, pela Editora da Universidade Federal do Acre, nesta quinta-feira (27), às 19horas, na Tentamen. “Escrevo no ar, na correria dos dias e a maioria dos poemas fica sem registro no papel ou no computador, ficam só voando por aí mesmo”, afirma Walquíria Raizer, a autora do romance que é descrito em 72 poemas distribuídos em 216 páginas.



O encontro de várias artes e artistas marca o lançamento do livro durante sarau que envolverá fotografia, música, literatura, teatro, entre outros. “A idéia é promover uma parceria com total liberdade dos artistas. Porque nenhuma arte é arte se não houver nela sentimento poético. Os artistas, todos, são poetas, a diferença entre eles está na forma de expressá-la”, conta Raizer.

Que história é essa?

A história gira em torno de uma personagem, sobre seus amores e desamores. “Os poemas começam em algum lugar antes de a gente colocá-los do papel”, diz a poetisa. Ela aponta detalhes curiosos sobre a edição. “Tirei de todas as páginas o meu nome, porque os poemas são do leitor, quero que façam parte dele. Outra coisa é a numeração das páginas, os poemas são numerados por reticências. Um poema que invade três páginas, por exemplo, é marcado com um ponto, dois pontos, três pontos reticentes”, explica. “A vida já é muito datada, numerada, nomeada. Esse livro não tem nada disso. Sem datas, sem o nome. Sem sumários”, diz. Além disso, o livro trás ainda páginas em branco, onde os leitores poderão fazer suas próprias observações. “Afinal, a história não tem fim e nem está completa”, completa.

E por onde estará o terceiro ponto?

Segundo a autora, o que nos provoca nos dia-a-dia deixa reticentes as nossas emoções e razões. “Não me proponho a definir ou limitar algo. Falo muito em janelas, portas e pontes, seja lá qual for o lugar para onde elas levarão. Se a vide fosse algum sinal de pontuação, eu a veria como uma reticência. Eu não começo nenhum poema, eles já começaram em algum lugar e ninguém sabe onde vão terminar. Por isso, este é o segundo ponto das reticências”, explica.
O sarau de lançamento do livro tem apoio das Fundações Culturais Garibaldi Brasil e Elias Mansour, Sesc e Assessoria de Comunicação do Governo do Estado do Acre.

Giselle Lucena – Assessoria de Comunicação / FGB FOTO: Talita Oliveira

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