sábado, novembro 03, 2007

"Cada show, de cada banda é nosso!" *


O último show Acústico e Plugado da Camundogs, do projeto Acústico em Som Maior, foi carregado de surpresas. Além das participações especiais de Diego Mello - o Dito da Marlton - e Verônica Padrão, fomos avisados que seria gravado, editado e sairia "em breve como pirata".

Seguindo a mesma set list dos shows anteriores - com exceções da retirada de "Todos querem jogar" e a inclusão de "Asas para o infinito" - que misturou músicas mais recentes com as mais antigas reformuladas, os integrantes da banda demonstraram mais uma vez que gostam daquilo que fazem. O teclado, mais audível e aparentemente mais bonito, deu um toque especial à maioria das músicas, começando pel'O termo", primeira música do show.

Seguindo com o calor e a fumaça de "Encruzilhada" - primeira música que Gilberto Lucas se levanta e que, realmente, é só a primeira: "não consigo ficar parado" disse ele - passando pela poesia e o peso musical de "Antes Só", chega-se à primeira surpresa da noite. Diego Mello é chamado ao palco, depois de muitos elogios, para cantar ao "Caro Zé". A princípio o microfone estava baixo, então quase não deu pra ouvir a voz do convidado, algo que foi corrigido logo em seguida.

"Espelhos" com seus loucos devaneios, é acalmada pela reprodução muito bem feita de "Diga lá rapaz", música de um cantor da terra Acreana, Tião Natureza. Um dos pontos altos do show pr'aqueles que conhecem a cultura popular do estado, principalmente quando a imagem do cantor é projetada no fundo do palco.

Incorporando as baladas românticas,"Subterfúgio" vem seguida de "Jully", uma declaração de amor que "chega a lembrar Anna Julia com seu toque ie-ie-ie ". "Surreal" parece estranha quando estão todos sentados e não podem ir à loucura, mas não perde a essência quando se ouve algumas vozes cantando junto ao Aarão no refrão.

O show entra num clima de sertão quando João Paulo troca o baixo pela viola caipira e transforma "Em paz" n'uma música sertaneja. (Espero que não haja assimilação com os cantores sertanejos de hoje, a quem muito respeito, mas que nada tem a ver com o que foi presenciado ali). A música termina com o back vocal de Júnior Saad, baterista, cantando o verso "seus olhos vivos facilmente me comovem, são a cor do meu luar", que muitos já devem ter ouvido.

Em seguida, o segundo convidado, ou melhor, convidada, sobe ao palco para cantar uma música feita especialmente pra ela. Verônica Padrão canta "Asas para o infinito" e comove a platéia. Sua voz vibrante, o acústico do violão e a composição formaram um conjunto ao qual pode-se dizer indefinível.

A penúltima música do show, "Um", talvez represente bem o que a Camundogs aparenta no palco: "e um será por dois, e dois serão por nós". Quem assiste percebe, e quem conhece de fora sabe: a união que os integrantes possuem ultrapassa as fronteiras de um palco. Ou simplesmente se deixa transparecer totalmente ali. Poderiam ser amigos e colegas de palco, mas não. São amigos e amigos.

Para finalizar, uma balada romântica, conhecida pela cidade inteira. Antiga, mas sempre recente. "Doze Meses" fecha a última grande noite da Camundogs no Teatro Hélio Melo.


Set List
- O termo
- Encruzilhada
- Antes só
- Caro Zé (participação de Diego Mello)
- Espelhos
- Diga lá rapaz (de Tião Natureza)
- Subterfúgio
- Jully
- Em paz
- Asas para o infinito (participação de Verônica Padrão)
- Um
- Doze meses

*Aarão Prado ao se referir ao Coletivo Catraia.

-fotos por Thays França

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