No cenário atual das bandas de heavy metal
E lá vinha o Wacken Metal Battle.
A lista dos jurados, além do representante da Roadie Crew, não foi divulgada nos sites e comunidades do Orkut, informação que até agora ainda não sei ao certo, por falta também de iniciativa em buscar a resposta com os envolvidos na organização.
Marcado para as 18, cheguei no local quase 21 h e ainda não tinha começado, devido um contratempo (coisas de quem não conhecia ainda o tacacá) com o jurado da Roadie Crew. Não demorou muito e ouvi os primeiros acordes de traços oitentistas da Metal Live. Sem muito brilho, apresentação foi um tanto quanto desaplumada. Ouve reclamações sobre desajustes na aparelhagem de som, mas a banda mesmo não parecia estar no seu melhor momento, passando inclusive um certo ar de amadorismo (apesar de já ter estrada). Deixou a desejar, apesar de ser interessante o ar “Metallica em tempos de Kill’all” da proposta sonora. Serviu para desfazer a dispersão e trazer o público para frente do palco, outro ponto que também poderia ser melhor, caso a divulgação tivesse sido mais trabalhada. Muitas pessoas comentaram que souberam do evento em cima da hora, por terceiros.
Isso não tirou a empolgação de quem estava lá pela música, logo entra Fire Angel, com um fôlego que surpreendeu, uma das favoritas para vencer a "Battle", segundo uma preferência que já estava dividida bem antes do dia 12. Os agudos e a presença do vocalista Joãozinho agita ainda mais as já conhecidas de uma das bandas clássicas do Heavy Metal Acreano. Sim, sempre é bom ouvir o molde tradicional do metal da Fire Angel,com aquele gostinho de tempos auréos do Maiden, mas não era fome de tradição que me parecia ter o clima do Wacken Metal Battle, seletiva Acre.
A próxima a subir ao palco foi Dream Healer. A essa altura já dava pra perceber uma preparação maior das bandas para o evento, instrumentos personalizados, visual caprichado, cartazes com o nome das bandas e, no caso da Dream Healer, até cálices fumegantes. O novo vocal da banda pareceu mais entrosado, mas ainda se sente o espaço vazio dos agudos quando se ouve as "conhecidonas" da banda. Falta de costume para mim e falta de uma voz mais solta pro vocal. Foi uma boa apresentação, a movimentação no palco empolgou, provando que o nome Dream Healer é sinônimo de Heavy Metal em todos os sentidos, mas que ainda deixa saudades de outros "carnavais".
Segue o evento e vem a Survive. O visual do pedestal de correntes chama a atenção e a presença de palco é quase tão enérgica quanto o som, novo, mas que pela técnica apurada balança a cabeça até os mais conservadores. O tal metalcore é forte e tem batida. De impacto.
A Mártires, recém surgida no cenário, foi meio que um "descanso" à ansiedade pela Harllequin, marcando a presença com um quê thrash/death, o vocal tem jeito para coisa, tende a lapidar e garantir o reconhecimento na cena.
Preparações e enrolações à parte, veio Harllequin. A apresentação não teve o "feeling" esperado, talvez o já cansaço do público depois de cinco bandas atrapalhou, muitas pessoas tinham ido embora, a qualidade da parte técnica o som não favoreceu (o que é um grande pecado se tratando de heavy metal), mas respondeu com a qualidade técnica dos integrantes, guitarra e batera virtuosos sem chatice e um vocal diferente do tom mais melódico da Dark Avenger, mantendo a afinação característica, porém intercalando com uma pegada bem mais pesada. Ainda assim, a parte mais empolgada do show foi “Dark Avenger, Dark Avenger, Dark Avengeeer". Detalhe também para simpatia dos caras da banda e do jurado da Roadie Crew, o clima de “velhos amigos” predominou total.
O resultado do embate era previsível e foi mesmo Survive a vencedora da seletiva Acre, que vai para São Paulo concorrer com as demais vencedoras nacionais dia 10 de maio, provavelmente. Justo. E a ver pelas bandas já consagradas que vão se apresentar no evento na Alemanha, mais justo ainda, pois corresponde ao tripé peso, virtuosidade e inovação.
A seletiva Wacken no Acre foi um marco grande para que se incentive os eventos de Heavy Metal e o movimento underground, sinal que há força suficiente para realizar grandes eventos, além da qualidade sonora das bandas, mesmo precisando de mais incentivo, seriedade e produção (e no caso desse evento, especificamente, uma aparelhagem de som melhor, também). Alguns contratempos técnicos eram esperados até pela equipe de organização ser reduzida, já que na verdade esse e os demais eventos ligados ao metal resultam da movimentação e força de vontade de alguns, nem tanto equipe, mas amigos com o mesmo propósito e pouquíssimo apoio. Foi um evento de resultados positivos para o cenário headbanger, principalmente se isso significar fôlego para buscar ainda mais.
E sorte para Survive
Para ver os videos, aqui.
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