sexta-feira, junho 06, 2008

Los Porongas se manifestam sobre a saída do selo Senhor F





Fernando Rosa, jornalista lendário da cena da música independente brasileira e produtor do Senhor F Discos, divulgou no início da semana uma nota oficial informando que a banda acreana Los Porongas não pertence mais ao cast do selo.

O fato foi motivado pelo recente contrato firmado entre os acreanos e a Barravento Artes, produtora paulista que produz e organiza espetáculos musicais desde 1998.

Na nota, também assinada pelo produtor e sócio do selo Phelipe Seabra, Rosa afirmou que a decisão foi unilateral, rompendo a parceria que dera fruto ao primeiro CD do quarteto, homônimo, lançado no final de 2006.

Em tom de crítica, o jornalista afirmou ainda que “lamenta a condução do processo que reproduz velhos esquemas supostamente superados”. (Ver a nota na íntegra)


Em resposta à nota publicada por Fernando Rosa no site Senhor F, a Los Porongas divulgou nesta quinta, dia 05, um texto contraponto os fatos levantados pelo jornalista na nota oficial.

Na réplica, os Porongas rebatem a nota oficial pontuando meio a vários argumentos, que “o Senhor F Discos não era uma agência produtora da banda, e sim o selo fonográfico do qual fazíam parte”. O texto pode ser conferido na íntegra logo abaixo.

NOTA OFICIAL DO LOS PORONGAS

Assinamos contrato com a agência da música brasileira contemporânea Barraventoartes (www.barraventoartes.com.br) na terça-feira, 03 de junho de 2008, com o intuito de continuar ampliando os espaços conquistados pela banda desde sua formação, em maio de 2003, bem como ingressar no mercado da música profissional, no sentido de dar sustentabilidade à decisão de viver do ofício da arte no Brasil.

Dentro disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:

1. Em nota publicada no site Senhor F no dia 31 de maio de 2008, Fernando Rosa informou que a banda, por decisão unilateral, havia assinado com a Barraventoartes e que por este motivo estava fora do “cast” do selo Senhor F. Se houve alguma decisão unilateral neste processo, esta foi a tomada por parte do selo, que encerrou, através de uma nota na internet, uma parceria iniciada em dezembro de 2005, deixando todos os integrantes da banda consternados, uma vez que não fomos avisados com antecedência sobre a publicação dessa nota.

2. O Senhor F Discos não era uma agência produtora da banda, e sim o selo fonográfico do qual fazíamos parte. Sempre tivemos um ótimo relacionamento, já realizamos alguns shows em parceria, como em Brasília, por exemplo. Mas, justamente por não termos nenhum contrato oficial que intitulasse o Senhor F como produtora da banda, sempre nos sentimos com a total liberdade de procurar parcerias voltadas para esse tipo de trabalho;

3. Ficamos tristes por saber que o amigo e produtor do nosso primeiro disco, Philippe Seabra, sócio do selo, sequer sabia que a nota havia sido publicada no site Senhor F, apesar de seu nome constar na assinatura da mesma;

4. Durante todo o processo de negociação com a Barravento, deixamos bem claro que o intuito da banda era de continuar fazendo parte do Senhor F Discos, e que nossas relações com o selo continuassem as mesmas, exigências pronta e cordialmente aceitas pela agência. Vários artistas que trabalham com a Barravento têm relações com outros selos fonográficos, portanto, não estaríamos de forma alguma impedidos de continuar pertencendo ao “cast” do Senhor F.

5. Sobre o conteúdo da nota, não é preciso colocar na balança o que o selo fez pela banda e o que a banda fez pelo selo para percebermos que essa parceria foi proveitosa para ambas as partes enquanto durou. Também não é preciso dizer, quanto à cena independente, que não há rompimento com o passado quando se busca sustentar o futuro de forma ética. Expressões como “velhos esquemas supostamente superados” e “o afastamento da banda dos espaços, conceitos e compromissos que norteiam a cena independente”, contidas na nota, nos deixaram extremamente surpresos, simplesmente por não condizerem com a postura da banda em toda sua trajetória, e também pelo fato de serem publicadas num veículo respeitado e com considerável número de acessos, como é o site Senhor F.

6. A discussão sobre os direitos patrimoniais da obra dos Los Porongas e demais assuntos relacionados será feita em particular, como orienta o bom senso, o profissionalismo e a prática de uma relação que se construiu com base no diálogo, no companheirismo e na verdade nestes mais de dois anos de caminhada.


São Paulo, 05 de junho de 2008.
Diogo Soares, João Eduardo, Márcio Magrão e Jorge Anzol – Los Porongas

fonte: Portal Fora do Eixo

Nenhum comentário:

Postar um comentário