Ele era a última atração do evento e era esperado com grande expectativa pelo público. As Frenéticas se apresentaram antes, e aqueles que estavam presentes admitem que embora as meninas fossem muito simpáticas no palco, a primeira parte do show não havia empolgado, apenas a segunda, quando elas tocaram musicas mais agitadas, contagiaram bem mais a galera e com o carisma de palco já grande, fecharam a apresentação sobre palmas ferozes e os pedidos de “mais um” que foram prontamente atendidos. Logo em seguida, o Patife subiu ao palco (sem trocadilhos por favor).
Nunca conheci muito do DJ Patife, apenas que o som que ele tocava era drum and bass e que era mais admirado internacionalmente do que pelas terras tupiniquins. A primeira de seu set list foi um dos seus remix que mais fizeram sucesso, Cotidiano, do sempre talentoso Seu Jorge. Mas com pouco mais de três musicas tocadas, as vaias começaram, devagar, na frente do palco, depois se espalhando por boa parte do grupo de mais de 40 mil pessoas na Arena da Floresta.
Patife parou a apresentação e começou uma conversa com o público cujo tom não pareceu das mais simpáticas. Perguntou se todos ali queriam escutar Madonna, Michael Jackson, funck, pancadão ou Psy. Reclamou, disse que com a gritaria não chegariam a lugar algum e perguntou se o “Marlboro tocou aqui ontem?”. Afirmou que ele não tocava aquilo, que seu estilo era o drum and bass e com o que me pareceu desdém, disse se encontraria em seu HD alguma coisa que correspondesse às expectativas do público, tocando em seguida Thriller de Michael Jackson.
Considerei que o convite para o Dj Patife tocar na Parada não havia sido dos maiores acertos. O drum and bass nunca foi famoso nas casas noturnas acreanas, e ainda mais numa festa em que os anseios populares eram maiores pelo som mais pop, mais explosivo, uma Madonna, uns “regatons”, aquelas coisas que tocam no calçadão da Gameleira principalmente no domingo a noite. Porém, os organizadores deviam ter se atentado ao fato de que um DJ não é só alguém que tem um aparelho de som e toca aquilo que todos querem ouvir. Se o DJ resolve tocar so drum and bass, ser especialista neste estilo e se consagrar por isso, dificilmente ele vai botar 4 Minutes to Save The World pra tocar, dificilmente mesmo.
Dj Patife é bom naquilo que toca, mas terem chamado-o para a Parada Gay acreana teria sido a mesma coisa que ter chamado Adriana Calcanhoto para substituir As Frenéticas na mesma. Aliás, as meninas das Frenéticas tiveram bom senso, foram com jeitinho, aos poucos, como quem não queria nada, perguntando e acertando nas escolhas do público.
Coisa parecida aconteceu na apresentação do grupo Montage. Eu particularmente esperei ansioso pelo show desde seu anúncio. E mesmo aturando uma acústica horrível, em que a voz do Daniel Peixoto mais parecia um monte de grunhidos através daquelas caixas de som, o show foi ótimo. Performace incrível, igual aquilo que já ouvi falar dos amigos de fora e que vi no Youtube. E Daniel também tem uma presença de palco forte e um carisma bacana. Aliás, o que lhe ajudou muito, explicarei por quê.
O show começou e, bem... quando eu olhava para trás e via o povo, boa parte das pessoas parecia meio perdida com o eletro do Montage. Aliás, tava passando umas imagens de um DVD da Madonna no lado e tinha gente que simplesmente reparava no show dela e não no palco. Mas aos poucos Daniel foi quebrando o clima, conquistando e mesmo sem ninguém cantando junto com ele (a exceção de uns dois ou três durante Money, Success, Fame, Glamour). Um sucesso no fim das contas.
Problemas como o ocorrido com o Dj Patife não devem se repetir. Acabam por ter tirado um pouco de brilho da festa. Ninguém quer saber quem é o culpado, Dj, organizadores ou o público, numa festa todos querem apenas se divertir.
Aliás, um pequeno toque, bem que durante a parada o carro principal poderia ter tocado umas musicas mais atualizadas. It's Raining Men e I Will Survive tocando alternadamente várias vezes é meio clichê demais, nesse momento até eu senti falta de uma Madonna cantando Give it 2 Me e não Like a Virgin.
Ps: primeiro post no Grito, matéria meio desatualizada, eu sei, demorei pra postar, mas é um assunto que foi pouco comentado, então resolvi dar uma chance. Nos vemos no Chico Pop.
Ao meu ver a culpa não foi das pessoas, e sim dos organizadores do evento que não souberam escolher os DJs convidados.
ResponderExcluirAqui em São Paulo nunca que convidariam DJsd e drum 'n' bass para eventos gays. Não é um estilo que nos agrada muito. Isso é fato!
Não se preocupe, com esses erros no próximo ano a Parada Gay será melhor. É sempre assim.
bom, todo mundo comentou sobre a parada gay, mas ng havia dito pra mim sobre o fato do Dj Patife ter sido vaiado! (e eu queria ter ido pra parada gay, principalmente por causa da presença dele.. mas tinha concurso =/ )
ResponderExcluirPost desatualizado neh Mu, mas válido =D
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiramente, dou-lhe as boas vindas, Samuel. Bom lhe ver por aqui. Fico feliz de ver tanta gente boa escrevendo neste blog. No primeiro semestre do ano que vem, pretendo convidar nossos colaboradores pra um projeto bem bacana e com alguns atrativo$.
ResponderExcluirSobre o texto, nem soube desse episódio. Acho que não podemos culpar o público mesmo, foi um erro na escalação do DJ, apesar da inquestionável qualidade e popularidade do Patife. Talvez ele pudesse ter agradado mais em outra festa da Semana da Diversidade, onde fosse a atração principal.
Aconteceu algo parecido no Varadouro de 2006, quando o Lucio Ribeiro veio para cobrir o festival e discotecar. Escalado pro final do evento, tocou pra uma pista completamente vazia, desistindo após alguns minutos. Se tivesse tocado antes dos shows, talvez tivesse melhor apreciação por parte do público.
Mas sem dúvida estes erros servem de aprendizado.
Ander Standing, Rafael Lelis ou Edson Pride teriam sido melhor escolha
ResponderExcluirSinceramente, Nena Mubárac de DeeJay no trio elétrico que comandava a parada foi forte!
Bom ver que as conversas sempre rendem bons textos para blogs!
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