segunda-feira, abril 09, 2007

1° Galpão do Rock


Então se isso aqui fosse uma igreja, coisa que não é e nem quer, estaríamos diante do batizado da mais-nova-assumida-acre-fora-do-eixo: Giselle Lucena.
Giselle é uma garota-super-gente-boa-talentosa-jornalista-baixista da cena fora do eixo Acreana. Escreve sobre cultura, estuda jornalismo e toca na Blush Azul (não necessariamente nessa mesma ordem)...
Eis a resenha de estréia da Gi, que se me permitem um coments pessoal, está duraralho!!!!

Marlton


Camundogs


1º Galpão do Rock – Marlton e Camundogs

Por Giselle Lucena



Eu nunca imaginei que um bate-papo numa mesa de churrasquinho de gato pudesse resultar num compromisso de escrever uma resenha sobre a apresentação de algumas bandas durante o 1º Galpão do Rock, realizado no último domingo (8 de abril), no Galpão das Artes. Ah, eu ganhei uma carona de volta pra casa, era difícil negar.
Páscoa, último dia da semana santa mais rock´n´roll que eu já vi; papel e caneta em mãos, vamos lá pra minha primeira resenha musical, e olha só de quais bandas: Marlton e Camundogs.
Marlton: muito além do emocore
Pouco depois das 22horas, sobe ao palco do 1º Galpão do Rock, a banda Marlton. Com a saída de André, a partir desse show Dito assume uma das guitarras - sem muita dificuldade para quem escreve, compõe melodias e se diverte de verdade tocando e cantando numa roda com amigos. Os ajustes técnicos (que desde cedo atrapalhavam algumas bandas) atrasaram um pouco o início da apresentação. Mas a galera com sede de rock não hesitou em esperar.
Dito começou o show dizendo que o mais importante que a quantidade era a intensidade, e o público realmente não decepcionou. Diferente de muitas bandas, os meninos da Marlton sabem curtir o show que é deles, por isso fica difícil não gostar. Aos poucos a galera que saiu volta para ouvir as levadas que merecem definições que vão além do “emocore”, também, pudera, com um guitarrista com influências de metal, o som só podia ficar bem “Marlton”. Diferente das melodias, as letras são bem simples, diretas e sinceras.... resumindo, são bem emos! Durante o show, Dito afirma que a banda é o que restou da Afasia, tenho que discordar, pois de Afasia, Marlton já não tem mais nada. Na verdade, a banda daria uma boyband perfeita: um baixista com pinta de surfista, um guitarrista dos olhos claros, um batera fofinho e um vocalista que é uma graça – mas eles estão aí pra fazer rock e fazem com gosto!
“Os Erros”, “Disfarce” e “Escolhas” não deixam dúvidas de que são canções da mesma banda. Mas “Sthockolm” deixa claro que é uma nova produção, uma canção para expor a evolução da banda, por isso, merece destaque, digamos que seja um “emo mais revolt”. Dito está soltando a voz sem medo, o batera não hesita em demonstrar que sabe muito bem o que está fazendo ali, o baixista mantém a postura e o guitarrista sabe expor suas influências sem destoar com o resto da banda.
Na penúltima canção os garotos fizeram o público entrar numa dança diferente com “I wanna hold your hand”, dos Beatles, arrancando aplausos surpresos do público pelo bom desempenho. A música final “Sem um despertar”, com uns acordes “marcantes” (para não dizer pegajoso, mas pegajoso no bom sentido, daqueles muito bons de se ouvir), a banda deixa claro que seu forte é investir no seu diferencial: emo com influências explícitas de metal.
Camundogs: uma nova versão de uma outra geração
E assim, Marlton deixa preparado o palco para uma banda de geração totalmente diferente da sua: Camundogs. Começando com “Antes Só”, os caras já provam para o que vieram. O show mostra que Camundogs é uma banda madura, que sabe muito bem o que está fazendo e onde quer chegar, por isso, estão indo cada vez mais longe. Em “O Termo”, música nova, o público fica sem fôlego pelo vocalista, é até difícil fechar os olhos e curtir o show sem ficar prestando atenção na performance do grupo. Depois de “Espelhos”, Camundogs deixou a platéia escolher o repertório se expondo ao o risco do que acabou acontecendo: negar o pedido de uma música que não estava ensaiada – “Subterfúgio”.
Mas no meio do show, Aarão confirmou o que eu já havia suspeitado: “isso aqui não é show, é uma apresentação para amigos”, disse. Talvez sim, talvez não. O certo é que Camundogs tem domínio de palco e de público, eles ficam à vontade e deixam qualquer um com a sensação de também fazer parte do show. Isso aconteceu literalmente com Handreh (Alt+F4), na canção “12 meses” ele foi convidado para dividir os vocais com Aarão. A música foi uma despedida, eles acham que não tem mais haver com a banda e não querem mais tocá-la. Confesso, eu fiquei nervosa pelo Handréh, afinal, a responsabilidade de dividir o palco com uma banda que está quase há oito (?) anos na estrada não é pequena.
“Caro Zé” e “Todos Querem Jogar” são as minhas preferidas. Esta última - oferecida aos amigos “porongueiros” pela coragem e entusiasmo de se arriscar numa vida musical longe de casa – foi mesclada com as letras dos “Porongas”, deixando a canção num estilo bem “Porondogs”. O resultado não podia ser outro: a galera aplaudindo antes mesmo do término da canção. Com “Em Paz”, o público já achava que iria embora, mas o show terminou mesmo bem Surreal, com “Surreal”. Não posso deixar de dizer que em shows anteriores, eu via a Camundogs como duas bandas diferentes no mesmo palco, mas no show de domingo, a interação entre os integrantes e a performance geral do grupo me fez acreditar que, enfim, a Camundogs é essa, e estamos todos muito bem, obrigado.

3 comentários:

  1. Nossa,
    Giii, mandou muito bem em sua primeira resenha,
    continue sempre assim
    A garotinha talentosinha do acre ;D
    beijão.


    Saulinho

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  2. Parabéns pela resenha Gisele, nada mais justo e certeiro do que receber críticas e sujestões em forma de resenha de quem está mais inserida no meio.
    Para frente e avante !

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  3. Ih, parabéns pelas resenhas Giselle.
    Ficaram ótimas....
    e o 'fofinho' tbm :$

    Beijos x@~

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