terça-feira, abril 24, 2007

Cidão - Direito do Abril Pro Rock (parte II)

Sábado, a noite dos gritos rasgados.

No segundo dia, foi tudo muito calmo pra chegar ao festival. Apesar da van estar lotada de headbangers, foi tudo muito bom. Os tiozinhos eram bem simpáticos.

Já começa com Rabujos (PE), da cena hardcore underground de Recife, fala muito de problemas sociais e política. É uma banda que não deixa nada a desejar em relação às outras bandas de hardcore de maior nome.

Na sequência, Mechanics (GO) vem com aquela mania goiana de cantar em inglês. Compreensível, afinal é difícil alguem cantar metal bem em português. Um show insano e bem "true rock'n roll".


Fiddy (PE) é uma coisa bem difícil de definir. São 9 pessoas na banda. Vamos contar, dois microfones, uma bateria, um teclado, duas guitarras, um baixo e percussão. Contaram? Poisé, 8 instrumentos pra 9 pessoas. Que fazer então? Revezar. Os guitarristas revezam sempre com que está sobrando, e esse apenas dança. New Metal avacalhado. Algo do tipo Ultimato + Porcas Borboletas.

Korzus (SP), primeira grande atração da noite, levou todo mundo a balançar as cabeças com seu trash metal. Mostrou que apesar do "anonimato" (a banda tem 21 anos de estrada) tem um ótimo público fiel. Ficou meio estranho a alternação das bandas a partir

daqui. Depois de Korzus (trash metal), Dance of Days (SP) que é emocore. Pois bem, DoD se apresentou para uma pequena parcela de fãs. Poucos mas muito entusiasmados.

Já não fosse estranho misturar Korzus e DoD, Ratos de Porão dá seqüência ao festival. João Gordo continua com sua postura "irreverente". Falou dos emos, pra variar, e mandou todo mundo tomar no cú.

Udora (MG) continua o festival. A banda, que morou muito tempo nos EUA, tenta mostrar sua "nova" música em português. Algo puxado também pro emocore. Fãs mais antigos juram que a fase "americana" da banda é melhor do que a atual.

O grande show do festival (para mim) começa, provocando todos aqueles que acham que música precisa de mais de quatro acordes. Tequila Baby (RS) deixa bem claro que "punk rock is not dead". E como isso já não fosse o bastante, eles tem algo a mais.

Tem um convidado especial, Mr. Marky Ramone. A partir daí você se sente num show dos Ramones. Exagero? Nem tanto, Marky num toca no Tequila à toa não. A banda realmente lembra, e muito, os Ramones. Então agora eu digo, já fui num show do Mutantes, e num semi-show dos Ramones. Muito bom pra um fã do punk rock!

Lembram do que fizeram com o Moptop? Pois fizeram o mesmo com Carbona (SP), seu punk rock californiano não durou 30min em cima do palco. Pouca gente vendo o show. Por isso que eu acho que banda famosa em festival faz diferença na arrecadação, mas não na divulgação de bandas menores. Só vai ver quem conhece mesmo.

Pois bem, pra fechar a noite, Sepultura. Daí num preciso dizer muita coisa. Não é algo que me agrada. Mas deu muita, muita gente.Assim ficou resumido o festival. Dois dias de puro Rock. O domingo, que não estive presente, teria atrações como Mestres do Forró, Orquestra Contemporânea de Olinda e Lee "Scratch" Perry. Forró e sinfonia num festival de rock? Vai entender...

Blush Azul em miniturnê




A acreana Banda Blush Azul embarcará para São Paulo no próximo dia 26, onde se apresentará nos dias 27 e 29 , com apoio das Fundações Culturais Elias Mansour e Garibaldi Brasil.
A banda, de rock alternativo, investe em uma produção autêntica, com o propósito de integrar homens e mulheres no palco por meio do rock´n´roll, além de incentivar meninas a tomar a iniciativa de montar uma banda e enfrentar o palco mostrando trabalhos autorais, e assim, contribuir para que o rock acreano não seja exclusivamente masculino.

Contatos:

99998819 (Irlla)

99728845 (Giselle)

84012023 (Victor)


Saiba mais:

My Space: http://www.myspace.com/blushazul

Palco MP3: http://blushazul.palcomp3.cifraclub.terra.com.br/

Trama Virtual: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=60867

Flog: http://www.fotolog.com/blushazul





domingo, abril 22, 2007

Cidão - Direito do Abril Pro Rock

Para quem não conhece o Cidão, ele é uma das poucas pessoas que sempre escreve sobre música a onde quer que ele vá, seja sobre o Varadouro, Goiânia Nois e agora Abril Pro Rock. Também é mais um estudante de Direito que acredita na música, pois ele é meio-empresário meio-produtor da Banda Marlton. Meu sempre querido braço direito quando se tratar de escrever sobre música, pois é talentoso e conhece bem do assunto... Para vocês, o Abril Pro Rock!

Sexta-feira 13, a noite da música "cult".

Pré-Show

Pois bem, sexta-feira era o dia pra não acontecer. Estava tudo dando errado pra eu (e meus amigos) conseguir uma van. E ainda mais, era sexta-feira 13. Pois a partir de agora é dia da sorte. Conseguimos uma van 4h antes de embarcar. Estou em João Pessoa e são duas horas de viagem até Olinda, o local do show.

Viagem tranquila, chegamos ao local do show.
E todo aquele ar de festival independente. As bandas de menor expressão com todos seus amigos e poucos fãs apoiando. Um clima bem amistoso e que dá a entender que o rock realmente une as pessoas.

Seria burrisse comparar o festival APR ao Varadouro. Mas em comparação ao Noise, é tão organizado e grandioso quanto. É ver isso e sonhar no nosso festival daqui 10 anos.

Ok, vamos ao que interessa.

Assim que eu cheguei a banda Canivetes (PE) se apresentava. Aquele som de baixo 'no talo' bem empolgante. Estilo anos 50. Sem falar da presença de palco do vocalista. Coisa de doido. E pessoalmente falando, que inveja de suas costeletas.

Logo em seguida, no palco 2, O Quarto das Cinzas (CE) apresenta a chamada "evolução da música". São vários estilos fundidos com a música eletrônica, tanto que um baterista tradicioal é trocado pelas batidas computadorizadas. A música parece bem espontânea. Fica exatamente entre o orgânico e o eletrônico.

Os Bonnies (RN) deixam bem claro a influência Rockabilly. Uma banda bastante promissora com seu rock dançante. Uma coisa que ficou sem explicação pra esse que vos escreve foi os integrantes da banda serem cobertos por um saco plástico. Vai saber...

Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (BA) tem uma levada meio pop meio indie. Uma guitarra pegasoja (no bom sentido) e um vocal com um sotaque baiano, bem "diferente".

Nação Zumbi? 10 anos da morte de Chico Science não foi suficiente pra desmotivar os fãs do manguebeat. "Meu maracatu pesa uma tonelada...", parte alta do show. "Blunt Of Judah" deixava bem claro que tocar em casa é covardia pro resto das bandas...


Covardia foi o que fizeram com Moptop. Se já num bastasse tocar depois de Nação Zumbi, "abriram" o show dos Mutantes. Que fim deu isso? Público reduzido e sem empolgação. Apesar diso, o show foi bom e satisfez os fãs da banda carioca.

E a grande atração da noite deixou os mais velhos com saudade e os mais novos com vontade de ter nascido em outra época. Arnaldo Baptista, Sérgio Dias, Zélia Ducan, Dinho Leme & Cia, te levam pra um extase musical inexplicável. É bom poder encher o peito e falar, "Já estive num show dos Mutantes".

E assim ficou a sexta-feira 13...

sexta-feira, abril 20, 2007

Biquini Cavadão e Camundogs

Convite feito, convite aceito!

Os Camundogs sobem ao palco no dia 11 de maio para abrir o show de nada menos que Biquini Cavadão.






Biquini Cavadão, representante digníssima do rock anos 80, toca em Rio Branco no dia 11 de maio, no Ginásio do Sesi.

O convite para abrir o show dos caras foi recebido com grande entusiasmo pelos Camundogs:
"É um imenso prazer poder tocar com uma das bandas que embalou boa parte da nossa adolescencia, e que nos é referência até hoje ", declara Aarão Prado (vocal Camundogs).

Biquini Cavadão é
Bruno Gouveia (vocal)
Carlos Coelho (guitarra)
Miguel Flores (teclado)
e Álvares Lopes (bateria)

Os ingressos estarão a venda na Drogaria Popular e na Hoje Cosméticos.

Maiores informações pelo telefone 8403 1109


terça-feira, abril 10, 2007

Prêmio Toddy de Música Independente


Esse ano não será o Prêmio Dynamite a marca em questão. A revista desta vez apostou na Toddy para premiar os melhores da cena da música nacional, conforme realizado em suas últimas edições. O acre disputa na categoria de Melhor Evento com o Festival Varadouro, ao lado de produções como o Porão do Rock, o Calango, o Demo-sul, o Goiânia Noise, o MADA, o Eletronika, etc. Além da Banda Nicles que concorre na categoria de Destaque Regional. O premio conta com mais dezenove categorias, que trazem inclusive, bandas e agentes integradíssimos ao Circuito Fora do Eixo, como a Porcas Borboletas (MG), Boodah de Ciro (TO), a Ultimato (RO), Sinestesia (TO), que também concorrem na categoria Destaque Regional. As votações tiveram início hoje e seguem até o dia 10 de maio. Para acessar o site http://www.premiotoddy.com.br.

segunda-feira, abril 09, 2007

1° Galpão do Rock


Então se isso aqui fosse uma igreja, coisa que não é e nem quer, estaríamos diante do batizado da mais-nova-assumida-acre-fora-do-eixo: Giselle Lucena.
Giselle é uma garota-super-gente-boa-talentosa-jornalista-baixista da cena fora do eixo Acreana. Escreve sobre cultura, estuda jornalismo e toca na Blush Azul (não necessariamente nessa mesma ordem)...
Eis a resenha de estréia da Gi, que se me permitem um coments pessoal, está duraralho!!!!

Marlton


Camundogs


1º Galpão do Rock – Marlton e Camundogs

Por Giselle Lucena



Eu nunca imaginei que um bate-papo numa mesa de churrasquinho de gato pudesse resultar num compromisso de escrever uma resenha sobre a apresentação de algumas bandas durante o 1º Galpão do Rock, realizado no último domingo (8 de abril), no Galpão das Artes. Ah, eu ganhei uma carona de volta pra casa, era difícil negar.
Páscoa, último dia da semana santa mais rock´n´roll que eu já vi; papel e caneta em mãos, vamos lá pra minha primeira resenha musical, e olha só de quais bandas: Marlton e Camundogs.
Marlton: muito além do emocore
Pouco depois das 22horas, sobe ao palco do 1º Galpão do Rock, a banda Marlton. Com a saída de André, a partir desse show Dito assume uma das guitarras - sem muita dificuldade para quem escreve, compõe melodias e se diverte de verdade tocando e cantando numa roda com amigos. Os ajustes técnicos (que desde cedo atrapalhavam algumas bandas) atrasaram um pouco o início da apresentação. Mas a galera com sede de rock não hesitou em esperar.
Dito começou o show dizendo que o mais importante que a quantidade era a intensidade, e o público realmente não decepcionou. Diferente de muitas bandas, os meninos da Marlton sabem curtir o show que é deles, por isso fica difícil não gostar. Aos poucos a galera que saiu volta para ouvir as levadas que merecem definições que vão além do “emocore”, também, pudera, com um guitarrista com influências de metal, o som só podia ficar bem “Marlton”. Diferente das melodias, as letras são bem simples, diretas e sinceras.... resumindo, são bem emos! Durante o show, Dito afirma que a banda é o que restou da Afasia, tenho que discordar, pois de Afasia, Marlton já não tem mais nada. Na verdade, a banda daria uma boyband perfeita: um baixista com pinta de surfista, um guitarrista dos olhos claros, um batera fofinho e um vocalista que é uma graça – mas eles estão aí pra fazer rock e fazem com gosto!
“Os Erros”, “Disfarce” e “Escolhas” não deixam dúvidas de que são canções da mesma banda. Mas “Sthockolm” deixa claro que é uma nova produção, uma canção para expor a evolução da banda, por isso, merece destaque, digamos que seja um “emo mais revolt”. Dito está soltando a voz sem medo, o batera não hesita em demonstrar que sabe muito bem o que está fazendo ali, o baixista mantém a postura e o guitarrista sabe expor suas influências sem destoar com o resto da banda.
Na penúltima canção os garotos fizeram o público entrar numa dança diferente com “I wanna hold your hand”, dos Beatles, arrancando aplausos surpresos do público pelo bom desempenho. A música final “Sem um despertar”, com uns acordes “marcantes” (para não dizer pegajoso, mas pegajoso no bom sentido, daqueles muito bons de se ouvir), a banda deixa claro que seu forte é investir no seu diferencial: emo com influências explícitas de metal.
Camundogs: uma nova versão de uma outra geração
E assim, Marlton deixa preparado o palco para uma banda de geração totalmente diferente da sua: Camundogs. Começando com “Antes Só”, os caras já provam para o que vieram. O show mostra que Camundogs é uma banda madura, que sabe muito bem o que está fazendo e onde quer chegar, por isso, estão indo cada vez mais longe. Em “O Termo”, música nova, o público fica sem fôlego pelo vocalista, é até difícil fechar os olhos e curtir o show sem ficar prestando atenção na performance do grupo. Depois de “Espelhos”, Camundogs deixou a platéia escolher o repertório se expondo ao o risco do que acabou acontecendo: negar o pedido de uma música que não estava ensaiada – “Subterfúgio”.
Mas no meio do show, Aarão confirmou o que eu já havia suspeitado: “isso aqui não é show, é uma apresentação para amigos”, disse. Talvez sim, talvez não. O certo é que Camundogs tem domínio de palco e de público, eles ficam à vontade e deixam qualquer um com a sensação de também fazer parte do show. Isso aconteceu literalmente com Handreh (Alt+F4), na canção “12 meses” ele foi convidado para dividir os vocais com Aarão. A música foi uma despedida, eles acham que não tem mais haver com a banda e não querem mais tocá-la. Confesso, eu fiquei nervosa pelo Handréh, afinal, a responsabilidade de dividir o palco com uma banda que está quase há oito (?) anos na estrada não é pequena.
“Caro Zé” e “Todos Querem Jogar” são as minhas preferidas. Esta última - oferecida aos amigos “porongueiros” pela coragem e entusiasmo de se arriscar numa vida musical longe de casa – foi mesclada com as letras dos “Porongas”, deixando a canção num estilo bem “Porondogs”. O resultado não podia ser outro: a galera aplaudindo antes mesmo do término da canção. Com “Em Paz”, o público já achava que iria embora, mas o show terminou mesmo bem Surreal, com “Surreal”. Não posso deixar de dizer que em shows anteriores, eu via a Camundogs como duas bandas diferentes no mesmo palco, mas no show de domingo, a interação entre os integrantes e a performance geral do grupo me fez acreditar que, enfim, a Camundogs é essa, e estamos todos muito bem, obrigado.