sexta-feira, outubro 31, 2008

Escrever

Um vício,
daqueles mais fortes e insaciáveis.
Uma rotina, daquelas mais gostosas e inebriantes.
Como uma gota de orvalho que precisa do amanhacer para ser tão bela.
Da mesma maneira que o cantor,que precisa do palco para ecoar sua voz.
Escrever é quando os fatos se tornam verdadeiros depois de terem sido inventados.
Em cada letra a história contada, o sentimento expressado do que se vive, ou apenas vê, mas sobretudo, sente.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Qual o seu conceito de arte, de cultura, de contemporaneidade, de bosta?

Se eu não me engano, existem cerca de 150 bienais no mundo. A terceira mais importante do mundo acontece de 26 de outubro a 6 de dezembro em São Paulo, na Bienal no Parque do Ibirapuera. Mas o que é uma Bienal? Às vezes uma Bienal de arte mais parece uma invenção para qualquer um poder levantar a bandeira a favor da arte e dar assunto em conversas de bar. Não é muito incomum alguém falar a favor da arte sem nunca nem ter ido numa exposição, numa galeria, e muito menos na grande Bienal.

E a 28º edição da Bienal de São Paulo levanta justamente essa questão, qual a importância de uma Bienal? As bienais de arte nasceram em Veneza com o conceito de trazer o que há de mais moderno, mais atual e contemporâneo (o que podem ser coisas diferentes) em todos os aspectos da arte. Mas desde que a massificação da cultura aconteceu nos últimos 50 anos e que as formas de se fazer arte modificaram-se enormemente, surgindo várias maneiras de se reproduzir vários tipos de obra, ficou impossível trazer para uma Bienal tudo o que acontece de mais significativo nos ramos culturais. O conceito da bienal se torna então obsoleto. Faz sentido então gastar 8 milhões de reais (sendo apenas 1 milhão dos países estrangeiros, o resto do Brasil) na realização de uma grande exposição de arte que não faz mais sentido?

O conceito de arte é posto em xeque, e as divergências não são apenas conceituais, mas políticas e econômicas. Porque se uma bienal é o resultado da massificação da arte e da cultura, tudo que é massificado faz imediatamente parte do mercado, da economia, do capitalismo. Ivo Mesquita, o curador da Bienal desse ano, foi mais que ousado, foi decisivo. Dos três pisos do complexo criado por Niemeyer, o segundo ficará totalmente vazio. É a crítica de Mesquita ao sistema falido das bienais, é o modo dele de nos questionar conceitos e sistemas.

E a arte mesmo? Talvez a maior atração da Bienal desse ano (tanto metaforicamente quanto literalmente) seja o Test Site, obra do multinacional Casten Höller, que consiste em escorregadores que vão do terceiro e segundo piso ao térreo. E onde esta a arte nisso? Arte não é aquele negócio que você fica parado olhando, diz “oh, é tão lindo”, sem nem saber do que realmente se trata e vai embora? O conceito de arte moderna, talvez esteja prevalecido em trabalhar com emoções, é inquietar o observador, é de simplesmente lhe fazer pensar. Esse é o maior desafio da arte moderna. Isso é a arte moderna.

Fazendo companhia aos tobogãs surreais de Casten, há os 1800 desenhos de Allan MacCollum, que inspiram os visitantes a montar a partir deles os desenhos finais, e a inquietante obra do brasileiro Iran do Espírito Santo, uma fechadura espelhada, que experimenta brincar com o voyerismo, pois em vez de ver seu objeto de desejo, você vê a si mesmo. Além disso, há bandas, há vídeoarte, há dança e coreografias. Sim, a pintura faliu há muito tempo, as esculturas não são mais óbvias e o desejo de impressionar é substituído pelo anseio de fazer você se questionar.

E os museus onde ficam? Bem, eu não sei há quanto tempo você não vai a um, mas até eles se reinventaram. Ok, o Acre não é muita referência, mas em São Paulo temos o Museu da Língua Portuguesa, até mesmo o modificado Ipiranga, mas a maior exemplo mesmo é o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA pros íntimos), cujo próprio nome já parece conflitante, pois museu e arte moderna não parecem pertencer a mesma sentença sem um advérbio de negação.

E aqui no Acre esse trabalho de contemporaneidade me parece tão pouco explorado. O Sesc (atualmente um dos maiores programadores culturais do Brasil), realizou uma exposição de Darci Seles chamada “Música para os meus olhos”. Aliás, pouco divulgada até mesmo nos meios mais alternativos, mas as obras vão ficar em destaque até o dia 5 de novembro. É inegável que as ramificações da arte cresceram, mas então como trabalhá-las a ponto de que o ideal contemporâneo de pensar/emocionar funcione?

E eu me lembro frequentemente do Hélio Melo, foi a primeira pessoa que se dedicava a arte que eu conheci. Eu vi suas pinturas e ele cantava uma canção, enquanto tocava aquele violino desafinado, apontando pras crianças e dizendo “olha o Mapinguari!”. Pra cada um que ele apontava, as crianças ao redor riam. Hélio Melo com certeza não trabalhava com o conceito de arte moderna, muito menos parecia dar algum valor a isso, não sei, eu era apenas uma criança, mas ele com sua arte me fazia pensar, me emocionava e principalmente, me divertia.
Porque, parafraseando os Titãs, “a gente não quer só comida, a gente comida, diversão e arte”. A arte não pode apenas emocionar e refletir, mas nos divertir também. Misturem, inventem, renovem-se. O Festival Varadouro não é só musica, tem moda. O circuito A Cidade se Diverte me surpreendeu ontem quando ao chegar eu vi uma apresentação de teatro e não uma banda tocando. O fato é que a arte em si não pode ficar confinada nem ser discutida apenas em bienais, museus de arte moderna. O conceito de cultura, do contemporâneo, da arte, não é algo fixo, pelo contrário, é tão dinâmico, veloz, surpreendente e imprevisível quanto à descida por um tobogã metálico e transparente enfiado no meio de dezenas de obras e artistas.

E como tá a tv digital aqui no Brasil?


Vocês lembram do estardalhaço quando a tv digital chegou ao Brasil?
Eu lembro que teve até um pronunciamento do presidente, não foi?
As pessoas estavam satisfeitas porque teriam a famosa 'high definition', contudo criticavam o modelo japonês e discutiam as dificuldades, debatia-se a comunicação e criou-se uma expectativa quanto a variedade de opções.

E cadê?

Então, a tv digital vai chegar só no próximo semestre de 2009. (Aqui no Acre, sabe-se lá..)(Aliás, existe uma data que já foi divulgada, que seria dia 02 de dezembro.) Isso tudo porque está sendo desenvolvido um sistema que se chama Ginga. Um software livre, que até pouco tempo atrás acreditavam que era uma desculpa para tal situação, mas que foi apresentado em julho num congresso no Rio.
Daí gera uma nova 'novela', porque quem comprou o conversor pra tv digital sem o Ginga, vai ter que comprar outro com, pra poder usufruir da tal da interatividade.
As emissoras ainda estão a espera de definições técnicas e o lançamento de conversores do Ginga. Mas a Globo já se posicionou dizendo que também no primeiro semestre de 2009 os usuários poderão usufruir das novas possibilidades.
Atualmente, devido ao fato de a maioria da população não ter acesso às informações de forma integral, há pouco incentivo quanto a tv digital (que não sai..). Ano está acabando... vamos ver se a Ginga se mexe.

terça-feira, outubro 28, 2008

Musica Popular Acreana

Hoje é dia de ouvir a boa música acreana, o Circuito Intinerante a Cidade se Diverte vai para a sua segunda edição com as bandas:

Capuccino Jack
Zé Jarina
Camundogs
Graça Gomes
Heloy de Castro

Nos encontramos na Uninorte à partir das 20h.
Compareça!

segunda-feira, outubro 27, 2008

Dia Internacional da Animação, 28 de Outubro


Imagens de: O Turno da Noite, Matapos, Tyger e X Coração (esq. p/ dir.)


Dia 28 de Outubro, terça-feira, acontece a I Mostra de Curta-Metragens em comemoração ao Dia Internacional da Animação, com programação simultânea em mais de 150 cidades brasileiras. A celebração acontece nessa data pois foi nesse dia, no ano de 1892, que Émile Reynaud apresentou sua invenção conhecida como "Teatro Óptico", projetando desenhos animados em uma parede branca, no Museu Grevin, em Paris, dando assim o primeiro passo para o Cinema de Animação.
O evento é produção da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Acre – ABDeC/AC em parceria com a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) e acontece pela primeira vez no Acre, na Biblioteca da Floresta Marina Silva, em Rio Branco, às 18: 30 horas. Na ocasião serão apresentados curta-metragens internacionais, por uma hora e nacionais, por mais uma hora.
Após, será exibido o documentário da Mostra Sílvio Margarido, cineasta acreano ganhador do DOCTV 2008: José, Memórias do Padre José Carneiro de Lima (1991), a partir das 21 horas.
A entrada é franca para os dois eventos, que acontecem no intuito difundir, aproximar e incentivar o público a apreciação do cinema através dos curta-metragens, documentários e animação.

Segue abaixo a lista dos curta-metragens que serão exibidos no Brasil:

FILMES BRASILEIROS

1. X Coração
Direção: Lisandro Santos
2Dl/11min 30seg/2007/Porto Alegre – RS
Sinopse: X Coração conta a história do amor platônico de Alex, o chapista que faz o melhor Xis da cidade, por Val, a band-lider que freqüenta a lanchonete onde ele trabalha.

2. Atirei o pau no Gato
Direção: Sergio Glenes
2D/ 03min 33seg/2007/Rio de Janeiro – RJ
Sinopse: Animação inspirada na cantiga de roda brasileira “atirei o pau no gato”. Um menino brinca de tiro ao alvo com seu gato de madeira. Após acertar um gato do parque com sua bola de borracha, ele descobre com a ajuda de Dona Xica, que é bem mais divertido fazer novas amizades, e a diferença entre seu brinquedo e um amigo de verdade.

3. Rua das Tulipas
Direção: Alê Camargo
3D/15min 08seg/2007/Brasília – DF
Sinopse: Um grande inventor acostumado a criar soluções para todos os moradores de sua rua, a Rua das Tulipas, após ver a felicidade de todos seus vizinhos, descobre que ainda faltava a felicidade de uma pessoa...

4. Balanço
Direção: Jackson Farias Teixeira
2D-Rotoscopia/ 01min 49seg/2006/Belo Horizonte – MG
Sinopse: Duas figuras pintadas no papel ganham vida em uma nova dança, até que acontece um pequeno acidente.

5. Balões
Direção: Jonas Brandão
2D/01min 22seg/2007/São Paulo - SP
Sinopse: Dois homenzinhos flutuam livremente pelo azul infinito do céu amarrados a balões. Eles então decidem que o céu pertence a si.

6. Primogênito Complexo
Direção: Tomás Creus e Lavinia Chianelo
Stop Motion/11min 30seg/2007/Porto Alegre - RS
Sinopse: Um filho primogênito e seu irmãozinho recém-nascido ilustram a eterna luta entre o velho e o novo.

7. Respiro
Direção: Adriana Meirelles
Stop Motion-Recorte Digital/3min 40seg/2008/São Paulo - SP
Sinopse: Menino está fazendo sua lição de matemática e não consegue resolver uma soma. Na tentativa de resolver seu problema começa a brincar com um jogo de montar e começa a sonhar acordado. Neste sonho começa a pensar em equações impossíveis.. . em questões impossíveis.. . E cada questão se transforma na próxima numa integrante coreografia visual.

8. Seu Lobo
Direção:Humberto Avelar
2D/02min 53seg/2007/Rio de Janeiro - RJ
Sinopse: Animação inspirada na cantiga de roda brasileira “Seu Lobo”. Crianças cantam canção infantil repetidamente e incomodam o lobo que tenta escapar do tormento em sua casa.

9. Monkey Joy
Direção: Amir Admoni
3D e 2D sobre vídeos reais/08min 15seg/ 2008/ São Paulo - SP
Sinopse: A chegada de um produto revolucionário estremece a monotonia da cidade de Amsterdã. Usando como ponto de partida imagens ilustrativas do cotidiano holandês que captou durante seis meses, o designer e diretor Amir Admoni cria uma deliciosa ficção animada que, por trás do humor sarcástico, levanta questões corrosivas extremamente atuais, como o vazio da sociedade de consumo e a paranóia da política anti-imigração européia.

10. O Trambolho
Direção: André Rodrigues
2D/01min 48seg/ 2008/ Recife - PE
Sinopse: O que poderia acontecer em um dia como outro qualquer? Um sujeito engraçado, um celular e um ônibus. Pronto! A confusão está formada.

11. Tyger
Direção: Guilherme Marcondes
Digital e Bonecos/04min 30seg/ 2006/ São Paulo - SP
Sinopse: Um enorme tigre aparece em uma cidade para revelar a realidade de uma noite que poderia ter sido como qualquer outra.

12. Somos Passageiros...
Direção: Jefferson AV
Pintura sobre película 16mm/01min 10seg/ 2006/ Belo Horizonte - MG
Sinopse: Através de janelas, que emolduram formas, imagens fantasmas dançam sob fotografias fugidias, onde cavam-se linhas, explodem-se cores, figuras transformadas na marcha do movimento, trilha primitiva, de sons sintéticos, batidas secas, no ritmo de uma locomotiva.

13. One
Direção: Diego Stoliar
Flash e After Effects/ 01min/ 2007/ Rio de Janeiro - RJ
Sinopse: Uma peça minimalista de animação sobre a origem da vida no universo.

FILMES ESTRANGEIROS

1. O Turno da Noite (Night Shift)
Direção: Carlos Fernandes
Animação/ 06min/ 2006/ Portugal
Sinopse: O que os mortos poderiam falar? E o que eles decidiriam expressar suas vidas e mortes em um necrotério, em algum lugar aparentemente limpo. Nos últimos dias, os fantasmas revivem e criam uma realidade alternativa no “turno da noite”.

2 .Sem dúvida amanhã (Tomorrow… Without Doubt)
Direção: Pedro Brito
2D/ 07min/ 2006/ Portugal
Sinopse: Desde o dia em que alguém furtou sua carteira contendo todos seus documentos, um homem ficou desprovido de sua própria identidade e se torna um batedor de carteiras, olhando no bolso de estranhos, o que foi uma vez seu direito.

3. Jeden
Direção: Mateusz Jarmulski
3D/ 04min/2006/ Polônia
Sinopse: Relata um menino que deseja ser um jogador de tênis, como seu ídolo. Infelizmente ele só tem uma raquete.

4. Matopos
Direção: Stephanie Machuret
3D/ 12min/ 2006/ França
Sinopse: Em um vilarejo um homem cego, uma vítima de tempestade, começa a superar seus medos por uma mulher. Graças à qualidade musical de flauta, ele estará apto para enfrentar seus medos dos aldeões e oferecer uma percepção diferente dos elementos.

5. Açúcar, Creme e Algo (Sugar, Cream and Spittle)
Direção: Dong-hea
2D/ 06min 40seg/ 2006/ Coréia do Sul
Sinopse: É a história de uma mulher feia que está sempre irritada com a atitude se seus colegas de trabalho. Ela se faz contente por imaginar colocando algo no café de seu chefe.

6. Abraço (Hug)
Direção: Sang Hui Lee
3D/ 04min 20seg/2007/ Coréia do Sul
Sinopse: No meio do deserto, existem o cacto pai e a filha. O cacto filha viu uma família de animais abraçando-se uns aos outros, então pediu ao cacto pai que a abraçasse também. O cacto pai ficou assustado, pois não podia abraçar a filha porque seus espinhos podem machucá-la. O cacto pai rejeitou seu pedido rigidamente e sua filha ficou muito magoada. Ela então ficou emburrada e seu pai teve que tomar uma difícil decisão para faze - lá se sentir melhor.

7 .Uma Mordida (One Bite)
Direção: Claire Almon
01min/ Estados Unidos
Sinopse: Belas pinturas fluindo uma na outra.

8. Ao Alcance (Within Reach)
Direção: Wes Parham
02min/ Estados Unidos
Sinopse: Para dar um coração, o amor está sempre ao seu alcance.

9. Vou Fazer Um Sinal Para Você (I Will Make A Sign For You)
Direção: Alexander Tatarsky, Andrey
Pilot- Video Film/ 07min/ 1996/ Rússia
Sinopse: O clipe mostra a canção da lendária banda russa Mashina Vremeni.

10. Elevador (Lift 1)
Direção: Yevgeny Delussin Freijas
10min 21seg/ Rússia
Sinopse: Este é o primeiro filme da série “The Lift”.

Experimentem procurar "Dia Internacional da Animação" em sites de busca como o Google e conhecer a programação das Mostras em outras cidades e fora do país, como nos sites da ABCA e da Cinemateca.

O quê?
Dia Internacional da Animação
Quando?
Dia 28/10/2008, terça-feira
Às 18:30 horas
Onde?
Biblioteca da Floresta Marina Silva
Entrada Franca

Filomedusa na Rolling Stone Brasil

Texto sobre a banda acreana Filomedusa publicado na revista Rolling Stone Brasil, Edição 25, de Outubro 2008.

O Acre Brasil afora:



ROLA NOS FESTIVAIS
Alex Antunes



O FILOMEDUSA (AC) mistura rock clássico dos anos 70 com experimentalismos de Radiohead e ganha os palcos do país
Recife já provou, nos anos 90, que de cenas remotas poderia partir a renovação do pop nacional. A cena de Rio Branco, Acre, é minúscula, e não dá pra arriscar palpites ufanistas - mas tem algo daquele laboratório cultural, daquele cruzamento oportuno de referências, que leva a crer que o sucesso de Los Porongas não é apenas um acidente feliz. Filomedusa é outra banda que tem essa cara. A saber, um certo sabor retrô contracultural expresso em idealismo generoso e em gosto pelo rock clássico dos anos 70, cruzado com referências contemporâneas como Radiohead e Coldplay. E, se Filomedusa tem cara de Acre, Carol Freitas tem a cara da Filomedusa, uma cantora afinada e arrebatada, na linhagem de Elis e Björk. "Nasci em 1975, em uma família louca por MPB, por Chico, Caetano, mas também por Belchior, Fagner, Clara Nunes. Se tenho um mérito musical é não ter deixado passar essas referências", diz Carol. A banda é completada pelo baterista Thiago Melo, de 17 anos, o guitarrista Saulo (22) e o baixista Daniel Zen (28), que garantem uma pegada ao mesmo tempo pesada, criativa e envolvente.

Leia mais aqui.

Também sou hype!

sábado, outubro 25, 2008

sexta-feira, outubro 24, 2008

Cinema Acreano

Mostra de Vídeos vai exibir oito trabalhos de Silvio Margarido

Acontece a partir da próxima segunda-feira (27), 20h, na Biblioteca da Floresta, a semana de exibição de vídeos feitos pelo cineasta acreano, Sílvio Margarido. Serão oito vídeos que passeiam pelos gêneros de ficção, ensaio e documentário. A mostra de vídeos Sílvio Margarido tem o apoio da Prefeitura de Rio Branco, via Fundação Garibaldi Brasil, Governo do Acre via Biblioteca da Floresta Marina Silva e o patrocínio do Supermercado Araújo.

Com uma produção que teve início há mais de 20 anos e ainda deve se estender por muito tempo, Margarido decidiu colocar suas obras em análise dos cinéfilos. “Eu estou passando uma fase de insatisfação com o meu trabalho de audiovisual. Acho que não estou fazendo legal, não do jeito que eu gostaria de fazer. Com essa mostra, estou me colocando a prova para ouvir a opinião de outras pessoas, isso me ajudará”, explica.

Segundo Margarido, seus vídeos não podem ser considerados – ainda – filmes, e sim ensaios. “Eu acho que a maioria dos vídeos que fiz até hoje são ensaios, tentativas, estudos. Estou experimentando o que a escola não me dá”, explica. Sua mais recente produção, “Marta – A morta”, que vai ser lançado durante a semana da mostra, próximo dia 31 (dia das bruxas!), conta a famosa lenda da mulher da curva do tucumã e também é um ensaio, porém, pode ser considerado o auge de seus experimentos em vídeo, dando-lhe a certeza de agora sim pode realizar um filme com mais segurança.

“Eu não sou muito perfeccionista em relação ao cinema porque vejo as dificuldades e sei que não dá para fazer da melhor forma possível. Eu gosto muito de improvisar. Temos que estar aberto para isso, deixar as coisas rolarem”, explica o produtor.

Histórico

Silvio Francisco Lima Margarido, 48 anos, passou boa parte da infância no Bairro Quinze, brincou muito de rabo da besta, mas foi criado mesmo na 6 Agosto. Seu primeiro contato com o cinema foi através das tradicionais matinês que aconteciam na cidade, a diversão dos adolescentes de uns anos atrás. Além disso, aprendeu a ler a partir das HQ’s, mostrando que a influência visual veio desde cedo.

Sua primeira experiência em fazer cinema foi com o grupo de teatro chamado “Semente”, que através de um projeto, criou o Centro de Pesquisa e Criatividade, onde tinha como uma de suas atividades o cinema super 8. Junto com outros jovens da época, como o atual governador do Estado do Acre, Binho Marques, realizou vários vídeos entre animações, registros das apresentações teatrais do grupo Semente e documentários. Seu primeiro trabalho com vídeo, por volta de 1981, foi na função de operador de áudio e logo depois começou a trabalhar na TVE como sonoplasta.

Já em 1989, dirigiu seu primeiro vídeo-documentário que se chama “As Viúvas do Carvão”, ganhador de uma das primeiras edições do Festival de Vídeo Acreano, que foi rodado em Sena Madureira e será exibido durante a mostra. O filme conta a história de algumas viúvas que tinham na produção de carvão, o seu sustento. Já no final da década de 90, iniciou a produção ficcional com o vídeo-ensaio “Nóia – A moral”, que teve a participação do ator Beto Rocha.


Silvio e Toinho - encontro casual no centro da cidade


Além da mostra, Sílvio também inicia na semana que vem a fase de pré-produção do projeto de documentário de sua autoria, intitulado de “O Mergulho”, ganhador do DOCTV 2008. O filme vai tratar da relação de afeto pelo Rio Acre e deve ser lançado ainda no primeiro semestre do ano que vem, brindando os 20 anos do cineasta na estrada do audiovisual. Pra quem se interessar e quiser acompanhar o processo de produção, acesse:

http://omergulhoacreano.blogspot.com/


PROGRAMAÇÃO:

Segunda-feira (27) A CARTA – ficção/2004 AS VIÚVAS DO CARVÃO – documentário/1989

Terça-feira (28) JOSÉ – MEMÓRIAS DO PADRE JOSÉ DE CARNEIRO DE LIMA Documentário/1991

Quarta-feira (29) A RUA DO COMÉRCIO – documentário/1993 NÓIA – A MORAL – ficção/1995

Quinta-feira (30) A PELEJA DO HÉLIO MELO COM O MAPINGUARI DO ANTIMARY Documentário/ 1997-2006 REVOLTA – ficção/2004

Sexta-feira (31) LANÇAMENTO: MARTA – A MORTA Ficção/2007-2008
SERVIÇO: Todos os filmes serão exibidos às 20h*, na Biblioteca da Floresta Marina Silva. Entrada franca. *Com exceção da exibição de terça-feira (28), que será as 21h.


quinta-feira, outubro 23, 2008

Manual para se tornar um (pseudo) cult

Tornou-se um fato, a moda agora é ser cult. O problema é que a maioria das pessoas não consegue e no máximo chega a ser um pseudo cult. É algo que vai do norte ao sul do país e do mundo. Todos querem ser admiradores dos filmes vanguardistas-experimentais-setentistas do Godard e amantes da literatura introspectiva-niilista-pós-modernista de Clarice Lispector, afinal, para ser um cult, você precisa ter conteúdo cult. O problema é que adquirir cultura é cansativo, você tem que ler, estudar, se envolver com gente cult... por isso, para poupar pretendentes a serem cults que não sabem por onde começar, trago para vocês o Manual de Como Ser (Pseudo) Cult. Com pequenos passos que podem ser seguidos até pelos amantes da Mulher Melancia e dançarinas do Créu, vou ensinar você leitor esperto a como carregar o título de cult, ou alternativo, ou underground, ou indie, ou o que você quiser:

Passo 1 – Tenha grana e tempo sobrando
Lógico que você NUNCA vai admitir isso, afinal, você não vai ter a grana na verdade, pois você vai ser sustentado pelos pais ou por aquela vó aposentada pelo TSE que ganha uma nota e só tem o querido netinho pra corujar. Enfim, a grana não é sua, mas você gasta. E gaste bem, com livros, filmes, ingressos para o teatro, bandas de garagem. Carro? So se for usado e surrado. Ou como você vai poder levantar a bandeira do preço alto para os eventos culturais em frente ao teatro municipal se você tem um Corolla esperando na saída? Com a grana, você não precisa se prender a coisas nada culturais como trabalho com carteira assinada, faça no máximo uma faculdade voltada para artes, comunicação ou sociologia (Filosofia, Música, Artes Cênicas, Letras, Jornalismo, Publicidade e Propaganda dão status, mas Ciências Sociais é a top). E com o tempo livre sempre se dedique a programas alternativos, bares undergrounds, cinema de artes, sebos (livraria é coisa de rico) e por aí vai.

Passo 2 – Seja sempre a frente do seu tempo
Arthur Rimbaud é um dos poetas franceses que mais marcaram o mundo (mais pela sua vida gay es-cân-da-lo-sa, do que pelo seu trabalho, enfim...). Sua obra é considerado sempre “a frente do seu tempo” (ou seja, ele morreu pobre pra ser reconhecido depois). Logo, se você deseja ser conhecido como alguém cult, você tem que ser moderninho e transgressor total. Defenda sempre idéias com um fevor absurdo, suba em cima da mesa, tenha o dom da oralidade, saiba chamar a atenção de todos para o seu redor. Torne-se um incompreendido (mas no campo das idéias sociais, não vem com nada emocional não ou tu vai ser considerado emo e não cult).

Passo 3 – Tenha estilo
Você acompanha o Fashion Rio? Então você não é culto. Você acompanha o São Paulo Fashion Week? Então você é culto só se for pra estudar tendências de comportamento e diversidade capitalista . A sua pose tem que ser inabalada. Você não pode ser escandaloso (ou vai ser bixa louca), mas você tem que saber chamar a atenção, principalmente quando você esta explicando porque aquele filme é uma droga e você prefere o livro (que você não leu). Fume muito Marlboro, Golden Gate, Gudang Garam, mas Free, Carlton e Master não pode. Só beba destiladas, Absolut comanda (mas compre-a em grupo, NUNCA só você, é coisa de burguês), vinho também, principalmente em sarais. Tenha sempre aquele ar de esnobe, aquela pose blasé, cuidado com a gesticulação, desmunhecar pode, falar arrastado pode, usar gírias em inglês pode, em português NUNCA. Sempre critique quase tudo, principalmente em espetáculos, mas quando demonstrar que gostou de algo, bata palmas sempre de um jeito que o difira do resto da multidão, quase psicodélico, de preferência com o cigarro na boca, gritinhos e assobios, sempre mantendo a pose de esnobe.

Passo 4 – Saiba vender a sua imagem
Saiu com os amigos para um café sem açúcar? Então ocupe uma cadeira só com sua bolsa de tiracolo (NUNCA use mochila, mochila é coisa de universitário que tem estágio), e sua bolsa tem que ser grande, mas nunca o suficiente para você, e cheia de buttons personalizados. Sempre deixe a sua edição da Bravo!, Caros Amigos e Carta Capital a mostra. NUNCA use roupas de marca. Sempre prefira blusas listradas (preto/vermelho ou preto/branco) jeans surrados ou bermudas, além do óculos de armação grossa preta ou branca e o All Star que pode ser qualquer modelo contanto que seja All Star, pulserinhas artesanais também dão um toque. Cabelo grande bagunçado (tipo Arctic and Monkeys) para meninos e cabelo preto escuro curto ou ondulado (tipo Karine Alexandrino) para meninas. Sempre domine as conversas, principalmente depois de filmes alternativos ou peças patrocinadas pela Lei de Incentivo a Cultura, mostrando seu conhecimento de caso.

Passo 5 – Morte ao POP
Você não assiste rede Globo porque ela “manipula, distorce os fatos, aliena e lança musicas como Créu em nível nacional”. Séries de sucesso como Heroes e 24 Horas devem ser evitadas ao extremo, de Lost você deve gostar apenas da primeira temporada. Você não escuta rádio, só podcast’s especializados. Cinemark NUNCA. Porque só passa blockbusters comerciais Hollywoodianos. Nada de livros do Harry Potter, tire a fantasia da sua vida, exceto O Senhor dos Anéis e a primeira trilogia (feita) de Star Wars, mas nada de fanatismo e cosplays. Sempre tenha jazz no seu MP3, mas ele não pode ser da Apple. E sempre esteja ligado a iniciativa científica (essa bem menos), aos coletivos culturais, selos independentes, cenário underground e o mesmo do gênero. NUNCA concorde com o que todos concordam. Gente culta tem sempre opinião própria (é do contra).

Esse é um Passo a Passo de ficção, mas qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

E para aqueles que querem ser cults e pseudo intelectuais na área do cinema, fica aqui o ótimo vídeo passo-a-passo "Como fazer um curta-metragem experimental, cult e pseudo-intelectual".


E como diziam aquelas programas-propagandas que passavam na Manchete: “Oh, isso é incrível!”

quarta-feira, outubro 22, 2008

Top 10 - Cinema Nacional

Pegando carona no post sobre Cinebiografias que o Samuel fez, resolvi inaugurar minha colaboração neste ilustríssimo blog com o meu Top 10, só que do Cinema Nacional. Seguem abaixo os melhores filmes produzidos no Brasil, em ordem alfabética e na minha opinião. E nada de Tropa de Elite hein, seus fanfarrões!


A Ostra e o Vento, de Walter Lima Jr. (1997) – o filme narra a história de Marcela, jovem que vive em uma ilha com seu pai e anseia por conhecer o mundo ao seu redor. Aprisionada pelo amor do pai, a jovem interpretada por Leandra Leal nutre um romance fantasioso com o vento. O filme é baseado no romance homônimo de Moacir C. Lopes e é uma das adaptações literárias mais bem cuidadas já produzidas no cinema nacional, considerada uma obra-prima pela crítica por seu lirismo. Destaque para a trilha sonora composta por Wagner Tiso, e para a canção-tema, composta por Chico Buarque. A fotografia de Pedro Farkas acaba se tornando um dos elementos mais importantes da narrativa, pois é através da atmosfera audiovisual que se consegue a conexão entre as intempéries da natureza e as intempéries da condição humana. O elenco conta ainda com a presença de Lima Duarte e Fernando Torres.


Abril Despedaçado, de Walter Salles (2000) – Tonho Breves precisa vingar a morte de seu irmão mais velho, no sertão brasileiro, vítima da luta pela posse de terra. Interpretado por Rodrigo Santoro, o jovem sabe que, vingando seu irmão, também ele será perseguido pela família rival, conforme o código de vingança que impera na região, semelhante ao código da máfia italiana de 50 em Nova York. Assim, Tonho tem o que lhe resta do mês de abril para esperar a morte ou questionar a lógica do processo. No elenco, Luiz Carlos Vasconcellos e José Dumont. O filme também é uma adaptação literária do romance homônimo de Ismail Kadaré. O grande destaque, além da interpretação de Ravi Ramos Lacerda como Pacu, o irmão mais novo de Tonho, é a fotografia dirigida por Walter Carvalho. O filme é um dos mais prestigiados do cinema nacional, tendo concorrido ao BAFTA e ao Globo de Ouro, e foi vencedor do Festival de Veneza.


Amarelo Manga, de Cláudio Assis (2003) – Estreante na direção, Cláudio Assis traz com Amarelo Manga um filme de forte cunho autoral e fora do padrão forjado para o cinema nacional na última década. Através de micro-histórias que se entrelaçam, o filme narra seus personagens e seus universos de maneira atípica e contundente, mostrando suas transformações psicossociais, num Texas Hotel perdido em Recife, tal qual um Bates Hotel de Hitchcock. A direção de fotografia também fica por conta de Walter Carvalho. Grande vencedor do Festival de Brasília, conquistando sete Candangos, e com atuações primorosas de Matheus Nachtergaele - como o homossexual Dunga - e Dira Paes - como a evangélica Kika, o filme impressiona ainda pelo seu baixo orçamento: Cláudio Assis rodou o longa com meros R$ 500.000,00, numa época em que filmes nacionais eram orçados em até três milhões de reais.


Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha (1964) – O longa rodado em 1964 é figurinha fácil em qualquer Top 10 nacional, por sua linguagem diferenciada e, principalmente, por ser um Glauber Rocha. Sintetizando história, literatura de cordel, religiosidade e Euclides da Cunha num longa em preto e branco, Glauber cria um universo maniqueísta através de personagens demasiadamente humanos, e lança uma tese de que nem o demônio nem Deus serviriam de solução para os dramas pessoais e sociais de cada indivíduo, indicando através de sua narrativa que a humanidade precisa buscar para si a libertação. Com atuações de Yoná Magalhães e Othon Bastos, o longa é um marco no cinema nacional.


Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho (2001) – Também adaptação literária, da obra homônima de Raduan Nassar, o filme conta às avessas a parábola do filho pródigo. André fugiu de casa e cabe ao seu irmão mais velho, Pedro, trazê-lo de volta. Por ser o filme de estréia do cineasta,cabem muitos destaques a este filme. Além da fidelidade ao texto literário, que beira a reverência com as falas em off dos personagens; um elenco irrepreensível encabeçado por um brilhante Selton Mello, além da presença luminosa de Simone Spoladore e um Raul Cortez que, no fim, nos proporciona o grande momento do filme; temos mais uma vez a fotografia de Walter Carvalho a dar grandiosidade a um longa que, por sua natureza literária, causa arrebatamento pela beleza, sensibilidade e ausência de convenções. Mas, cuidado. Se você só quer passar o tempo, Lavoura Arcaica não é nem um pouco recomendável. Também foi o grande vencedor do Festival de Brasília, além de muitas premiações mundo afora.


O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhália (2006) – Heitor Dhália debutou no cinema com Nina, filme de 2004 cuja estética difere de tudo já produzido em âmbito nacional. Dois anos depois, ao dirigir O Cheiro do Ralo, Dhália nos apresenta novamente a uma estética pouco comum, narrando como um personagem de caráter questionável passa por declínios psicológicos e morais na mesma medida em que o cheiro exalado pelo ralo o incomoda. Através de um vendedor/comprador de objetos usados, que inicialmente é um ser humano normal e ao decorrer do longa se enche de obsessões, inclusive por uma bunda monumental, o diretor mostra toda a desconfiança que o autor do livro homônimo que inspirou o filme, o quadrinista Lourenço Mutarelli, tem pela humanidade e seus aspectos sociais. Destaque para mais uma atuação singular de Selton Mello, dando ao personagem principal uma voz rouca e uma atitude blasé que acabam por transformar Lourenço num anti-herói. Participação mais que especial de Paulo César Pereio como a voz do pai da noiva abandonada. Além da fotografia, meio amarela, quase enjoativa, dando uma idéia de atemporalidade ao filme e quase igual ao cheiro que sai do tal ralo.


O Céu de Suely, de Karim Aïnouz (2006) – do mesmo diretor de Madame Satã (2002) e com a fotografia consagrada de Walter Carvalho, o longa conta a história de Hermila, retirante nordestina que precisa retornar de São Paulo para o interior. Ela leva um filho no colo e deixa na cidade grande um amor, que lhe diz que vai ao seu encontro quando possível. O filme narra uma mulher mudada em uma cidade parada no tempo e no espaço, e como essa diferença de locação dá espaço pra solidão e pra sensação de abandono. E de como, inesperadamente, Hermila tenta mudar sua própria sorte, e na necessidade de se reinventar, se transforma em Suely. O filme de Aïnouz não é sobre um local específico, mas sobre as sensações de um personagem, suas nuances; Hermila seria Suely no interior do Nordeste ou no frio do Sul. No elenco, atores e atrizes iniciantes e praticamente desconhecidos do grande público, como Hermila Guedes – que vive a protagonista – e João Miguel, que também pode ser visto nos excelentes longas Cinema, Aspirinas e Urubus e Estômago.


Terra em Transe, de Glauber Rocha (1967) – Na fictícia Eldorado, política e revolução servem como pano de fundo para a alegoria que Glauber pretende defender com um dos ícones do Cinema Novo nacional. Traçando um paralelo entre a cidadezinha ficcional, o Brasil e até mesmo a América Latina, Glauber abre mão da narrativa convencional, abolindo a ordem cronológica dos fatos e imprimindo ao longa um tom quase burlesco. O filme fala de política num momento nevrálgico para os povos latino-americanos, com todas as suas ditaduras e revoluções de esquerda. Conta com um elenco de primeira grandeza, entre Paulo Autran, José Lewgoy, Paulo Gracindo e Hugo Carvana. É também um dos primeiros filmes de Paulo César Pereio.


Um Copo de Cólera, de Aluízio Abranches (1998) – Mais uma adaptação da obra de Raduan Nassar, o longa narra um dia na vida de um casal, e como as diferenças silenciadas podem eclodir à luz de um acontecimento banal. Ele, um homem de 40 anos que vive tal qual um eremita numa chácara distante de tudo e de todos. Ela, uma jornalista atraente e de forte atuação política. Após uma noite tórrida de sexo, o conflito, provando a tese do próprio Raduan de que não há limite no amor que não seja o mesmo limite do ódio. Mais uma vez, uma adaptação fiel ao texto literário que lhe deu origem, beirando a reverência. O casal Alexandre Borges e Júlia Lemmertz protagonizaram cenas polêmicas, porém líricas, assim como o próprio texto. Uma obra sutil, quase desprovida de ação, com diálogos intensos e ferozes.


Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos (1963) – Adaptado da obra homônima de Graciliano Ramos, o longa tem por característica a influência do neo-realismo italiano no diretor. Contando a história de uma família de retirantes que tenta fugir da seca através do olhar do menino Fabiano e sua cachorra Baleia, o diretor repassa ao espectador toda a crueza do sertão, mas ainda assim com alguma poesia. O diretor concorreu à Palma de Ouro em Cannes, e foi à premiação acompanhado da cachorra Baleia, que mobilizou o mundo. Vidas Secas é o único filme nacional a constar na lista do British Film Institute entre as 360 obras cinematográficas fundamentais à história do cinema.


Espero que o post não tenha saído imeeeenso. E vocês repararam que dos dez filmes listados, seis são adaptações de obras literárias?

Daniela Andrade é brasiliense perdida/achada em Rio Branco. Não é acreana, mas também sabe gritar. E fala de si na terceira pessoa porque acha charmoso mesmo, e daí?

PROJETO A CIDADE SE DIVERTE!

O circuito a cidade se diverte está de volta e dessa vez a diversão acontece na UNINORTE, na próxima terça feira, dia 28 de outubro. Aproveitando também a comemoração dos 6 anos da faculdade.

Mais uma vez várias e distintas atrações passarão por mais uma edição do circuito que têm movimento a cidade, confira todo o serviço logo abaixo, programe-se e vá curtir o evento. Que mais uma vez trará :Teatro, Artes visuais e Música.


Festival HTTPSOM 2008!

Estão abertas as inscrições para mais um festival on-line do Instituto Sergio Motta! O HTTPSOM é um festival de música realizado com canal de inscrições no MySpace. É um projeto do Instituto Sergio Motta e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, realizado em parceria com o Itaú Cultural, que objetiva dar visibilidade a músicos brasileiros e celebra as novas condições de circulação de conteúdo musical na Internet.
O concurso é aberto a todos, sem limite de idade ou definição de estilo musical e é uma iniciativa voltada à experimentação que privilegiará a criatividade e a sonoricidade do trabalho inscrito. Serão concedidos 4 (quatro) prêmios às músicas inscritas que melhor tenham atendido aos critérios de julgamento, nos valores brutos de R$ 2.000,00 (dois mil reais) cada um.
Os trabalhos inscritos serão avaliados por um corpo de jurados composto por expressivos nomes da música no Brasil. São eles: Chico Correa, produtor musical e criador de trilhas sonoras, Israel do Vale, gerente-executivo de conteúdo da TV Brasil e colunista do jornal “O Tempo”, Giselle Beiguelman, curadora do Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, Jan Fjeld, jornalista e diretor da UOL Megastore e Lalai Santos, publicitária e responsável pelo blog lalai loaded.
O regulamento do festival está disponível no site http://premiosergiomotta.org.br/ na área de Imprensa e as inscrições vão de 16 a 27 de outubro.
Os premiados serão anunciados no dia 13.11. e, posteriormente, nos dias 29 e 30.11., farão uma apresentação no Itaú Cultural.

terça-feira, outubro 21, 2008

Dia Internacional da Animação – 28 de Outubro

Rio Branco recebe Mostra de curtas-metragens nacionais e internacionais. Mais de 150 cidades em todo o país participam do evento


Para celebrar o Dia Internacional da Animação, 28 de Outubro, a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Acre – ABDeC/AC em parceria com a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), participa da mostra de curta-metragens nacionais e internacionais que acontece em 150 cidades de todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal.

A Mostra oficial será exibida simultaneamente às 18h30 (horário local) do dia 28 de outubro, na Biblioteca da Floresta Marina Silva, sendo o maior evento simultâneo do gênero, as ser realizado no país. Nesta data será exibida 1 hora de curtas-metragens estrangeiros (coreanos, americanos, poloneses, portugueses, franceses e russos) e 1 hora de curtas-metragens brasileiros.

O Programa brasileiro também será enviado para os 51 países integrantes da Associação Internacional do Filme de Animação (ASIFA) que lançou o evento, contando com o apoio de diferentes grupos internacionais filiados. Em 2008 o Dia Internacional da Animação está sendo realizado em 51 paises que farão intercâmbio de suas mostras.

Rio Branco (AC) participa pela primeira vez da mostra, e a idéia, segundo Rose Farias (ABDeC/AC), coordenadora do evento local, é que no próximo ano, a mostra se estenda para mais duas cidades acreanas.

“Pela primeira vez iremos realizar uma mostra no gênero aqui no Acre. Quando pintou o convite, logo achei interessante, pois o cinema de animação é fantástico e a cada ano amplia o foco de atuação, interagindo com as diversas linguagens artísticas. Iremos mobilizar estudantes na área das artes visuais, produtores independentes, abdistas, cineclubistas, enfim, a mostra está aberta a quem quiser ver o que de mais interessante existe no gênero animação”.

Nesse mesmo dia, após a mostra será exibido às 21 horas, José, Memórias do Padre José Carneiro de Lima, documentário (1991) de Silvio Margarido.

A mostra de animação em Rio Branco conta com ao apoio do Governo do Estado, através da Fundação de Cultura Elias Mansour e Biblioteca da Floresta Marina Silva.


SERVIÇO
Biblioteca da Floresta – Via Parque em frente à Concha Acústica Jorge Nazaré – Tel.: 3223-9939. Entrada franca.


Fonte: Rose Farias/Assessoria FEM

E no cinema..

Por termos um único cinema na cidade, poucos têm o hábito de frequentá-lo. Muitos ainda maldizem e lamentam. Então, eu, que vou com maior frequência, acabo vendo filme com mais umas 10 pessoas na sala, na maioria das vezes. (Não conta quando tem Harry Potter e tals, aliás Hellboy deu uma boa bilheteria).

Ontem fui ver O Procurado. Eu queria ver O Nevoeiro, mas acabei pensando que para o clima de ontem, ver um de ação seria melhor que um suspense. O segundo é uma adaptação de Stephen King, aí eu fiquei tentando me lembrar se isso era bom ou não. Então meu namorado me diz: O Procurado é um Jumper mais aloprado. Como gostei da referência (que depois fui ver que não tem praticamente nada a ver) escolhi esse mesmo.
Como dá pra ver, tem no cartaz e no elenco a Angelina Jolie, mas tem outros grandes por lá. E eu to querendo contar o filme, mas eu sei que é sem graça contar o filme, kkk.. Então, ele é ação daquelas bem alopradas, com batidas de carro, trem descarrilhando, sangue e outras ações que a física duvida. Adorei a parte das facas. A fotografia do tear é ótima. Tem umas 2 ou 3 boas viradas. E ainda por cima, tem certas espontaneadades que fazem o público vibrar,(o tema não se prende só nos assssinatos) tipo mandar a chefe pra merda com muito estilo, arrebentar a cara do melhor amigo que comia a namorada e por aí vai. Ah ele conversa com o público no fim, deixando uma lição de moral também. Mas garanto, o filme tem pouquíssimos clichês.
Eu conto quem morreu?
Tá, morreu.
Depois ficam dizendo: 'Poxa, mas não era pra morrer.'
Mas se não morresse, era clichê!
Então é isso, o filme é uma ótima opção pra ver na telinha grande.

domingo, outubro 19, 2008

Capuccino Jack em coletânea

A banda Capuccino Jack recentemente entrou em estúdio pela primeira vez. Os garotos gravaram uma música do Tião Natureza como parte de um projeto que tem o objetivo de resgatar a memória do artista. Camundogs, Scalpo e Nicles são alguns nomes que também participaram da coletânea. A música Você estréia o myspace da banda que pretende gravar uma faixa autoral até o final deste mês para mais uma coletânea, só que agora do Festival Chico Pop, que traz ainda Camundogs, Marlton, Mapinguari Blues, Pia Villa, Capu, Fire Angel e Ultimato (RO).

Capuccino Jack é
André Barrozo na guitarra
Hugo Costa no baixo
John Oliveira na bateria
Handreh na voz

*Arte de Robson - Personagem Jack do filme de Tim Burton (O Estranho Mundo de Jack), apreciando um bom capuccino no Mercado Velho

sábado, outubro 18, 2008

1º Anatote Festival

Uma prévia da última noite do evento de Heavy Metal que aconteceu na Afeletro, Rio Branco-AC, ontem a noite, com a participação da banda crossover/hardcore Desertor, de Curitiba-PR. O audio está ruim, mas as imagens falam por si, foi energia pura.




1... 2... 3... Vai!

E viva aqueles que produzem e consomem arte, construindo essa atual efervescência na cena cultural independente acreana.

Por água'cima!

Ontem foi um dia interessante... A começar pela minha jornada de trabalho, modificada e complicada.
O primeiro show do circuito "A cidade se diverte", que aconteceu na UFAC, começou por volta das 21:00, com algumas apresentações teatrais.

Logo em seguida, sobe ao palco a banda catraieira Blush Azul.
O som estava muito bem definido, a equalização estava ótima. Os rapazes do James estão de parabéns pelo trabalho. O ambiente estava muito bacana, a iluminação estava dando um clima alternativo, o publico envolvido com o que estava acontecendo; e o ponto forte do evento: VINHO GRÁTIS!

haha, é verdade!

Quando a Blush começou a tocar, percebia-se que a banda estava bem ensaiada, aliás, passaram muito tempo parados, apenas ensaiando. Deu resultado!

A baixista (nova, mas nem tanto) Irla Itani, deixou a "fofura" marcante de lado, e abriu espaço para o nervosismo... nervosismo este que durou pouco. Logo o nervosismo estava dando espaço para a segurança. Porém, falta um pouco de firmeza e pegada, algo que o tempo trará, se Deus quiser!
A banda se enrolou um pouquinho no começo da música "Insônia", mas logo se situaram. O mais legal do show, foi poder ver a Carol (vocalista da Filomedusa) passear pelo campus cantando sozinha, em alto e bom som "abraços de monstros caiduuuuuuus... monstros caiduuuu hu huus".
HAHAHAHA, Hilário! Assim mesmo! com H, e maiúsculo!

Bom, logo no meio de uma das canções da blush (não lembro qual) a água começou a despencar.
Resultado: fim do evento, galera no centro de convivencia, vinho de gratis, e alguns babacas rindo por pouca merda. Alguns apontando na cara, outros apenas falando "hahaha só a blush tocou, hahaha!".
Coisa de gente babaca, infantil... sabem como é.
A blush azul subiu no palco, fez o som, competente mesmo, porém, alguns babacas têm mesmo que estragar a festa.

Deixando o momento "revolta" de lado e voltando ao texto.

A noite ainda prometia Capuccino Jack e Camundogs, porém, São Pedro não quis com que estas bandas se apresentasse naquela noite.

Derrepente, eis que chegam Gilberto Lucas e Aarão Prado (Guitarrista e Vocalista da Camundogs respectivamente) com o bebedouro que tinha ficado pra trás na chuva, gritando: Galera, a UFAC é um lugar onde não pode faltar vinho!
haha, foi diversão garantida!
O primeiro show do circuito acabou poralí, antes mesmo de começar...

Mas, vem muito mais poraí.

E a cidade se divertirá muitas e muitas outras vezes, é só esperar pra ver. O circuito continua!

sexta-feira, outubro 17, 2008

Produtor de cultura


A partir do dia 27, às 20h, ocorrerá a Mostra de Vídeos Silvio Margarido no auditório da Biblioteca da Floresta. São 4 vídeos, o Silvio foi o vencedor do DocTv desse ano, lembram?
Eu o conheci no curso de cinema que fiz na Usina de Artes. Ele era (e é) quieto, com seu humor(negro) e questionador. Não parece tão simpático à primeira vista, mas antes de ontem, antes da oficina de charge na Seacom, rimos de banalidades e vejo que ele continua levando a frente os projetos, por isso não podia deixar de divulgar.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Design gráfico no Acre

Por Guilherme K. Noronha -
www.gknoronha.com.br


Fazer design gráfico no Acre é um desafio, e por que não dizer, fazer design é um desafio. E é esse desafio que torna a profissão tão interessante: ter contato com projetos de naturezas diferentes, com formatos de execução específicos e personalizados, sobre temas e assuntos variados.

Como em qualquer outro lugar, fazer design depende do mercado, que sempre tem suas vantagens e desvantagens. No Acre, o mercado é pequeno (desvantagem), Rio Branco é uma cidade de pouco mais de trezentos mil habitantes, porém é uma capital de Estado e isso aumenta ligeiramente a demanda (vantagem). Por outro lado, o setor industrial é pequeno e o comércio faz pouco (ou nenhum) uso de ferramentas estratégicas como o design (desvantagem). A concorrência é pequena e pouco qualificada (vantagem), mas os clientes são desconfiados com “falsos designers” (desvantagem). Destaca-se o verdadeiro profissional, qualificado, que estiver bem posicionado no mercado e souber fluir entre as vantagens e desvantagens.

Outro fator relevante sobre o design no Acre é o fato de ser uma profissão nova e que ainda não se consolidou perante a demanda. Até bem pouco tempo, o mercado que hoje é desbravado por designers gráficos, por exemplo, era dominado por micreiros, ou “sobrinhos”, que são técnicos em informática, na sua maioria, que atendem à demanda local como sabem: com pouca qualificação, pouco comprometimento com o trabalho e preços abaixo do mercado (sem contar na instabilidade ética de alguns “aventureiros”). São estes micreiros os responsáveis por um dos maiores problemas do design gráfico no mercado acreano: alguns clientes não sabem diferenciar um designer de um micreiro. Isso acarreta na falta de confiança dos clientes na contratação de serviços de design e na desvalorização financeira da atividade. Este quadro torna as coisas difíceis, pois as chances diminuem e o profissional fica obrigado a competir com micreiros por serviços.

Mas o mercado de design no Acre não se resume a isso. Aqui o trabalho profissional, bem executado, tem valor e é reconhecido pelos clientes mais antenados. Isso cria novas possibilidades de crescimento e desenvolvimento para ambos, designers e clientes. Designers têm possibilidades de desenvolver projetos importantes e clientes podem ser atendidos por designers, sem precisar procurá-los em outros Estados.

Se você é cliente, procure um profissional. Se você é micreiro, profissionalize-se e busque qualificação. Disse um professor meu, certa vez: “...quando o resultado final é ruim, sempre temos dois culpados: quem apresentou a idéia e quem aprovou.”

Portanto, vale no Acre o que vale no resto do mundo: é preciso conquistar o mercado com ética, serviços qualificados e profissionalismo, tendo sempre em vista o aperfeiçoamento profissional, o objetivo do projeto e a satisfação do cliente. Todo projeto deve ser uma ótima oportunidade para se realizar um excelente trabalho. Afinal, fazer design no Acre, e por que não dizer fazer design, é transformar desafios em resultados. Para designers e clientes.
_______________________________________________
Guilherme K. Noronha é paulistano, designer, proprietário do escritório de design GKNoronha, em Rio Branco, Acre, onde vive desde 2002. Já estudou engenharia, comunicação, artes, gestão (do design, inclusive), entre outras coisas. Nunca parou e nunca vai parar de estudar e aprender, pois encara todo projeto como uma ótima oportunidade para crescer e realizar um excelente trabalho.

É hoje!



Arte: Rodrigo Oliveira
o/

quarta-feira, outubro 15, 2008

Informe - A Cidade se Diverte

Os organizadores do projeto A Cidade se Diverte estão trabalhando intensamente para a realização do evento. Os materiais para produção dos espaços estão sendo preparados para o Centro de Convivência e Teatro de Arena. A divulgação virtual começou na semana passada via orkut e e-mails, além da panfletagem na UFAC, e continua também até a véspera do evento.

Outro lugar onde a divulgação esteve presente foi na Biblioteca da Floresta, na noite da última segunda-feira, 13, que estava lotada devido a grande procura dos interessados em participar da II SEACOM. A programação de abertura teve a presença do professor Mestre Luiz Gonzaga Capaverde (FGV e Faculdades 7 de Setembro - CE) que ministrou a palestra “Jornalismo, literatura e tecnologia: possibilidades ou encrencas? Parcerias ou impossibilidades?.

Bate bola com a Camundogs
Após, os colaboradores do projeto, Handreh, Daniela Andrade, Milena Quiroga e Adaildo Neto, entrevistaram a Camundogs. A pauta abordou o circuito A Cidade se Diverte, próximos eventos e também histórias e projetos relacionados a carreira da banda.

O papo rolou descontraído durante a pausa do ensaio no estúdio dos músicos. O vídeo foi gravado por uma câmera digital simples e pode ser conferido agora.



História
A banda foi criada em 1997 com o nome de Stigma, a transição para Camundogs só aconteceu em 2005. Durante esse período alguns dos membros saíram para resolver questões pessoais e profissionais, inclusive fora do estado, e tiveram de ser substituídos. Entre idas e vindas dos integrantes, hoje a banda reúne novamente sua formação inicial com Aarão Prado (vocal), Gilberto Lucas (guitarra), Marxson Henrique (teclados), João Paulo (baixo), Chico Mouse (cello) e “Ceará” (batera). A primeira apresentação dos garotos depois da reintegração aconteceu no show Ao Vivo n’Aldeia, realizado no final do mês de agosto deste ano.

Currículo
Festival Varadouro (edições 2005, 2006 e 2007), Grito Rock Cuiabá, Festival Calango, duas apresentações na Outs (boite de São Paulo), programa Atitude.com (RJ), Festival Garimpo, Festival Rock In Jipa (duas apresentações), Festival Fora do Eixo, Festival Madeira, Festival Casarão, projeto Acústico Em Som Maior, FAMP, Festival Universitário da Canção - UFAC (três apresentações), Grito Rock Acre, projeto No Balanço da Catraia e Catraia na Roça (relizadas pelo Catraia), Festival Chico Pop e Ao Vivo n’Aldeia.

Vídeos da música Surreal
Clipe
http://www.youtube.com/watch?v=2BzyMjairck
Animação
http://www.youtube.com/watch?v=Gq4PrJlzDDQ&feature=related
Programa atitude.com
Surreal
http://www.youtube.com/watch?v=w1Hub4GvtjE&feature=related
Espelhos
http://www.youtube.com/watch?v=VIbkIBQFgsY&feature=related
Aarão Prado, Los Porongas e Dado Villa Lobos
Tempo Perdido
http://www.youtube.com/watch?v=0fXzZOUt9A0&feature=related

terça-feira, outubro 14, 2008

A Cidade se Diverte nas ondas do rádio

Aquele do menino e das meninas

Fotos de Talita Oliveira

Blush Azul no Tardes da Aldeia
Apresentação de Aarão Prado
Nesta quarta-feira, dia 15
A partir das 15 horas
Aldeia FM 96,9

Blush Azul é
Kaline Rossi na bateria
Irla Itani no baixo
Victor Lima na guitarra
Irlla Narel no vocal

Animac - Death Note


A galera do AnimAC convida nesse dia 25 de Outubro - Sábado
às 15 horas no Auditório da Biblioteca da Floresta Marina Silva para assistir a:

Death Note - L change The World Live action

D.Gray-Man especial 1 e 2

MSN oficial também: animeac@hotmail.com

Chat pelo msn para participar adcione group305331@hotmail.com a sua lista de contatos

Comunidade também: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=5734905

sábado, outubro 11, 2008

Nicles em ação

A formação atual da Nicles: um pedaço do mundo para eles
por Veriana Ribeiro, Coordenadora do Núcleo de Comunicação e colaboradora do Catraia
A catraieira Nicles, formada por Kilrio Farias, André Bandeira, Glauber Jansen e Johnny Ratts, está tramando dominar, se não o mundo inteiro, um pedaço dele. Além do primeiro álbum, que será prensado e distribuído nacionalmente pelo selo Catraia Rec/Fora do Eixo Discos, a banda tem uma mini turnê Centro-Oeste/Sudeste sendo articulada para o começo de 2009.

E para quem acha que janeiro de 2009 está muito longe, uma série de outros acontecimentos envolvendo a banda acontece até o final do ano. Começando pelo Acústico Som Maior Nicles, que acontece entre os dias 21 e 28 de outubro e 04 de novembro, no Teatro de Arena do Sesc, uma ótima oportunidade de ver a banda de guitarras distorcidas e versos gritados em outro formato musical - mas, garante Kilrio, sem perder o conceito principal. “Nós queremos transformar as músicas, fazendo novas versões” afirma o vocalista.


Inútil Discurso Transcendental

Conversamos com Kilrio Farias, o homem da linha de frente da Nicles, por telefone, enquanto ele fazia outras duas coisas ao mesmo tempo. A idéia era uma conversa longa, mas a pressa de todo mundo sempre atrapalha. Falando no primeiro disco da banda, Kilrio afirma: já esta quase tudo pronto. “Só estamos terminando de resolver umas questões burocráticas, mas o disco está todo pronto”. Das dez faixas do álbum, oito são novinhas em folha. Mas antes de lançar o CD a banda pretende fazer uma prévia do álbum com um EP, que está com as capinhas prontas, esperando a prensagem dos disquinhos. “Nós estamos correndo para ver se conseguimos fazer os EPs para serem distribuídos no Acústico Som Maior”, comenta Kilrio.

Com o sugestível nome de “Inútil Discurso Transcendental”, o primeiro álbum da Nicles tem previsão de ser lançado em dezembro, e segundo o vocalista, a proposta é fazer uma grande festa de lançamento. “Gostaríamos que duas bandas com um estilo semelhante ao nosso tocassem no evento de lançamento, vamos começar a ver isso depois do acústico, mas quem vai produzir junto com a gente é o Catraia”.

O Nada que Caminha para o Tudo

por Janu Schwab/Colaborador do Catraia - Coletivo de Cultura

Para os dicionários da língua portuguesa, Nicles é um termo datado. Mas para a história da cultura acreana, Nicles é quase o significa do que há de mais atual em música e manifestação cultural. O significado do termo linguistico pouco importa. Já o significado como banda impele o esforço de se fazer não só a música autoral, mas mesclar sabiamente o que vem de fora, sem esquecer o que se tem aqui dentro.

Assim, Kilrio Farias e seus comparsas brincam de ser Radiohead, Sigur Rós, Joy Division e outras referências das terras geladas da Casa de Windsor no meio do calor amazônico, resultando numa mistura apoteótica. É como se misturássemos tacacá com gim - o goró favorito da finada Rainha Mãe e de muitos ingleses. Com essa mistura, tem gente que embrulha o estômago, tem gente que prefere o jambu do tacacá, mas tem gente que fica só com o gim. E se esbalda.

O ar britânico da Nicles serve pra lembrar que nem tudo por esses cantos é lindamente bucólico, pitoresco e "viva a floresta!", como querem muitos de cá e outros tantos de lá. Nem só de cipós, flores e frutos vive um acreano. Há sofrimento, perturbações, questionamentos em ser, não ser, irritação com os pés no asfalto, na piçarra, na lama que se forma com as chuvas torrenciais e com a raiva contida de ver o Brasil fingindo que por aqui não se existe.

Das duas, uma. Ou se expressa essa raiva de forma pueril, ameaçando pedras paus ao léu. Ou se produz algo realmente consistente que expresse que por aqui se existe sim, apesar dos pesares e da distância e que existe um orgulho típico da fronteira em ser o que somos: brasileiros do Acre. E isso é o que a Nicles vem fazendo, cada vez com mais frequência e competência: pondo fogo no circo de forma centrada e muito producente, fruto de talento, mas também de trabalho. Muito trabalho.

A Nicles não é promessa. É a síntese de quase tudo o que se faz por essas plagas. Quase, para que não soem messiânicos. São simples e podem continuar assim. A Nicles é urbana e bucólica ao mesmo tempo. Foge da urbe e a encara com firme leveza. Faz poesia com palavrão, xinga versos românticos como se fossem nada e por nada ser o significado do seu nome, essa banda tem tudo para dar certo e, por sequência, fazer dar certo para as próximas bandas que virão.

Serviço
Acústico Som Maior com Nicles
Teatro de Arena do SESC
Av. Brasil, 173 - CENTRO - Telefone: (68) 3212-2815
Dias 21, 28/10 e 04/11, às 19 horas
R$ 5,00 inteira/R$ 2,00 meia entrada

*Crédito da matéria para Catraia - Coletivo de Cultura
Leia na íntegra aqui

sexta-feira, outubro 10, 2008

Professor de Sexo. Primeira aula grátis.

Irresistível!


Depois de 115km de estrada e 45km de ramal,(eu tinha ido fazer uma matéria em um assentamento) próximo ao rio Abunã, encontrei essa figurinha aí! Não aguentei (claro) e tirei fotos. Depois de todos comentários do meu post passado, lembrei da 'fotenha' e como hoje é sexta feira, dá pra descontrair =D

É hoje - Metal na Afeletro


Não tem carteira de estudante?
Então insira seu nome e sobrenome na lista amiga do Festival

1º Videocast do Grito Acreano



Bom, esse vai ser o primeiro de muitos. Espero que outras pessoas possam vir a somar com essa iniciativa!

Comentem!

quinta-feira, outubro 09, 2008

Circo Armado


Qualquer coisa que chega na cidade,lota! Principalmente na inaguração. E chegou o "Marcos Frota Circo Show"! Nada é por acaso, ele não veio somente porque é o mês da criança, mas sim porque o senador Tião Viana fez uma parceria para que seja instalada na capital a Universidade do Circo, segundo consta matéria da Agência de Notícias.
Até aí, eu achei legal. Já estava dizendo que queria ia fazer pra ser 'aquela mulher que fica pendurada no lenço', kkk.
Bom, quando resolvemos ir: Ingressos - R$30 e R$15 (inteira e meia). Caraca! Mas tudo bem, parece que o circo dele é diferente, nem tem bicho e pow o cara é global.
Então na segunda, sai no programa da Jocely Abreu uma matéria que mostra o ator colocando a mão na câmera e sendo grosseiro. (eu estava comendo pizza e estava passando na tv.. então eu vi toda a matéria) A Jocely afirmou que ele falou mal do Acre (coisa que não constava no áudio da reportagem)e daí escreveu isso no seu blog. (só que com mais detalhes).
Só hoje, já recebi 3 vezes esse mail, que tem o texto do blog dela, pedindo para repassar. E assim foi se formando um boicote ao Frota. Me disseram que já tem comunidade no orkut e tudo.
O povo acreano, como sempre, manifesta-se ufanicamente. (sorte dele que não se esbarrou com os acreanos que iam apedrejar o Ecos Falsos). Fico pensando, como é que vai ter a Universidade do Circo depois de tudo isso. Mas, tudo bem que não é tão difícil reverter essa imagem negativa, né?
Ontem minha irmã foi no Arena ver o jogo, disse que o Sr. Marcos Frota estava lá e que pareceu bem simpático, rs.


Seria uma edição tendenciosa?
Seria ele mais um a falar mal Acre?


Concluo: De qualquer forma foi uma manifestação infeliz.

Festival Chico Pop - Saldo positivo

Evento agregou cultura e cidadania através de manifestações musicais


Matéria exclusiva gentilmente cedida pela TV Aldeia – Sistema Público de Comunicação

O Festival Chico Pop reuniu, no dia 25 de setembro deste ano, sete bandas acreanas e uma de Rondônia na Praça da Revolução. A intenção do evento foi cumprida ao homenagear uma figura admiradora da boa música e de poesias, o pioneiro do jornalismo cultural no estado Francisco Ventura de Menezes – o Chico Pop;

O local foi tomado por crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos que dividiram a espaço harmoniosamente. Não houveram assaltos e agressões físicas. Os trabalhadores que possuem ponto de comidas típicas e lanches na Praça da Revolução dobraram seu faturamento, além dos ambulantes com a venda de churros, algodão-doce e balões.

Até o final do mês as bandas que participaram do Festival - Capuccino Jack, Fire Angel, Marlton, Ultimato (RO), Pia Villa, Mapinguari Blues, Camundogs e grupo Capu; entram em estúdio para a produção da coletânea Festival Chico Pop - A Cidade se Diverte. A primeira delas foi a Ultimato que, antes de voltar para Porto Velho, deu início a maratona de gravações.

A Cidade se Diverte – Circuito Itinerante

Fotos de Talita Oliveira

O próximo passo é produzir diversos shows utilizando diferentes espaços da cidade. A Cidade se Diverte – Circuito Itinerante leva até a Universidade Federal do Acre as bandas Blush Azul, Capuccino Jack e Camundogs, além de uma exposição de 10 artistas independentes, intervenções teatrais e serviço de utilidade pública com a presença do Núcleo de Direitos Humanos e Combate à Homofobia - NUDICHO; no próximo dia 16, a partir das 20 horas, nos espaços do Centro de Convivência e Teatro de Arena (no campus da UFAC).

O objetivo do projeto é difundir a música acreana, agregar outros segmentos artísticos e formar público através do acesso gratuito a cultura. Realização das bandas Camundogs, Capuccino Jack e Marlton em parceria com diversos produtores culturais independentes. Apoio do governo do Estado, através da Rádio Aldeia Fm – Sistema Público de Comunicação; Drogaria Leblon, Big Head Estúdio e Esfera Produções.

SERVIÇO: Universidade Federal do Acre - Rodovia BR 364, nº 6637 (Km 04) – Distrito Industrial – Contato: 9226-8426 (Handreh) ou 9205-6801 (Aarão Prado)

*André Lima - Assessoria/A Cidade se Diverte

Mais sobre Chico Pop

Certo dia um grupo de pessoas resolveu partir pra ação. Cada qual com o seus motivos e suas motivações e seus objetivos; entre várias rodadas de videogame na casa do Aarão e vários bate papos informais que aconteciam quase sempre de uma hora pra outra resolveram organizar um festival de rock. Muitas pessoas construiram o conceito do Festival Chico Pop, até as pessoas que colaboram com o Grito Acreano tiveram sua parcela de participação.

E Chico Pop é essa nossa vontade de fazer, de viver, de produzir e escrever sobre cultura. Afinal, cadê a cultura nos jornais acreanos? O que é cultura hoje, eu e mais uma galera acredita que cultura não se resume apenas a uma agenda cultural na cidade. E quando temos algo a falar precisamos agir.

Munidos de força de vontade e garra realizamos um festival, conseguimos gravar áudio e video de todas as bandas que se apresentaram, firmamos parcerias que proporcionaram uma gravação no estúdio do BigHead para cada participante do festival e assim, em breve teremos uma coletânea.

Realizamos o evento num local que tem grande relação com o rock acreano, ali pararam pessoas que saiam do trabalho, da escola, que passeavam com a sua familia ou que tomavam um tacaca para recompor suas energias. E foi ao som de musica acreana que num breve momento a cidade parou pra se divertir, para ver as bandas que tocavam, para ver afinal o que estava acontecendo.

Achei mais sensacional uma senhora que estava do meu lado e ao final da apresentação da Capuccino Jack chegou pra minha mãe que tietava feito uma louca para banda - na verdade era pro Hugo, meu irmão - e perguntou:" Essas músicas aí que eles tocaram são deles?" Minha mãe prontamente disse que:"Sim, todas aquelas músicas são daqueles meninos!". A senhora sorriu e disse: "Eles têm talento!".

Sabe de uma coisa acho que aquela senhora nunca tinha ido num show de rock, mas a música acreana já chegou até a ela. Ainda ficou parada ali durante um tempo enquanto seu netinho brincava pela praça depois foi embora. Já estava anoitecendo e festival tinha apenas começado.

E enquanto ia rolando os shows, já se anunciava que o Circuito Chico Pop ia realizar um evento na UFAC. Pronto assumimos com o publico e com os familiares do Chico Pop que vamos continuar com o dever de fazer a cidade se divertir.

E naquele dia o Festival encerrou junto com as águas que desciam do céu, anunciadas por Clenilson Batista no final do show. Enquanto isso eu, mais alguns musicos e parte da produção nos apertamos numa tenda para evitar a chuva. Detalhes a parte.

Para algumas pessoas a falta de público ainda é um problema a ser resolvido. Acredito que ainda existam outros problemas a serem resolvidos. Por isso a caravana não para e dentro de alguns dias mais Chico Pop para o público acreano. Estamos abertos a sugestões, colabore, participe e façamos a diferença.